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A Leiteira e o Balde de Leite, Fábula de Esopo

      Joana, carregando na cabeça um balde de leite, dirigia-se rapidamente para a aldeia. A fim de andar
depressa, tinha posto uma roupinha ligeira e sapatos bem cômodos. 

     Ia leve como o vento. Em seu pensamento, já estava vendendo o leite e empregando o dinheiro.

      – Compro cem ovos e ponho para chocar. Posso muito bem criar pintos ao redor da casa. Quando crescerem, vendo todos e tenho um bom lucro.

     Com esse dinheiro, compro um leitãozinho. Em pouco tempo, terei um porco bem gordo, pois só comprarei o leitão se já for gordinho. Cobro um bom preço pelo porco e compro uma vaca. Terá que vir acompanhada de seu bezerrinho. Será uma graça vê-lo saltar pelo quintal. Joana, entusiasmada, saltou também. O balde caiu de sua cabeça e o leite derramou-se no chão. Adeus bezerro, vaca, porco, leitão, ninhada de pintos! 

     A pobre Joana voltou para casa e com medo que o marido brigasse com ela.

     – É fácil fazer castelos no ar – pensava. – mais gostoso. Na minha imaginação, posso virar rainha, usar uma coroa de diamantes e ter súditos que me adorem. Nada disso dura muito: uma coisa à toa acontece e volto a ser Joana Leiteira


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