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Mostrando postagens com o rótulo Armando Nogueira

Na Área, Armando Nogueira

Clarice Lispector: Há uma semana, não encontro no Rio uma pessoa amiga que não me pergunte: “Então, quando é que você vai aceitar o desafio da Clarice Lispector”? (Permita, leitor, explicar que eu tinha pedido, daqui, uma crônica de Clarice Lispector sobre futebol. Ela escreveu, escreveu uma crônica admirável; mas, num impulso de terna vingança, Clarice me multou: desafiou-me a perder o pudor e escrever sobre a vida). Agora, os cobradores de Clarice estão à minha porta, carinhosamente, exigindo a resposta, mas com uma impaciência que me angustia como a véspera de um grande jogo. Que dizer de um jogo que ainda não terminou? E mesmo quando termine, Clarice, o  match  de minha vida não justificará sequer resenha: é match-treino, sem placar, sem juiz, nem multidão. Por tudo! Que está bom assim, embora melhor se fosse uma pelada – mil meninos jogando a minha vida, alheios ao vento que às vezes persegue tanto o time da gente. Jamais seria ...

Armando Nogueira,O Futebol E Eu,Coitada. Clarice Lispetor

     E o título sairia muito maior, só que não caberia numa única linha. Não leio todos os dias Armando Nogueira – embora todos os dias dê pelo menos uma espiada rápida – porque “meu futebol” não dá pra entender tudo.  Se bem que Armando escreve tão bonito (não digo apenas “bem”), que às vezes, atrapalhada com a parte técnica de sua crônica, leio só pelo bonito.  E deve ser numa das crônicas que me escaparam que saiu uma frase citada pelo Correio da Manhã, entre frases de Robert Kennedy, Fernandel, Arthur Schlesinger, Geraldine Chaplin, Tristão de Athayde e vários outros, e que me leram, por telefone. Armando dizia: “ De bom grado eu trocaria a vitória de meu time num grande jogo por uma crônica…” e aí vem o surpreendente: continua dizendo que trocaria tudo isso por uma crônica minha sobre futebol.                             Meu primeiro impulso foi o de uma vingança ...

O Botafogo e Eu, Armando Nogueira

     Amar um clube é muito mais que amar uma mulher. E eu sigo à risca o conselho do mestre. Ao longo da vida, já me casei, troquei de namoradas, sei lá, dezenas de vezes. Outras tantas fui trocado por elas, mas a recíproca não está em jogo, agora. Jamais trocaria o Botafogo, nem por outro clube, nem por nada, neste mundo.      Guardo até hoje, íntegro, o sentimento do primeiro encontro. Foi na cozinha da casa da minha mãe, enquanto a própria passava roupa, na noite de 21 de junho de 1989. Tinha eu apenas dez anos, e não estava muito interessado com aquele time, do goleiro Ricardo Cruz ao atacante Maurício, todos eles jogadores medianos, mas todos traziam no peito uma estrela de cinco pontas, radiosa como a luz daquela noite iluminada.      O jogo era, pra se esperar, Botafogo e Flamengo. Decisão do carioca daquele ano. Naquela época, até então, o Botafogo ainda não tinha me enfeitiçado, apesar de eu já ter desfilado anteriormen...

Armando Nogueira.

Se você torceu o nariz supondo que eu  ia falar de futebol, lamento. Vou falar de Armando Nogueira que  não conheci pessoalmente mas por quem  tinha enorme carinho.  Presente da natureza, tenho alguma facilidade em sentir o  bom  caráter de pessoas sem  precisar necessariamente conhecê-las.  A.N  me chamava a atenção. Carregava consigo seriedade, bom humor e paz.   Jamais li nada contra ele, uma fofoquinha boba  ou  algo  mais forte. Nada. Pelo que de mal deixei de saber ele foi, vivo, o  que é agora: realmente um  cara bom. Sei mais de Armando Nogueira ligado ao  futebol. Não por que só  falasse disso, mas  porque o  esporte é que domina a cena. Transitou querido e respeitado entre vários atletas de várias modalidades, e tornou-se amigo de alguns.  Só descobri o excelente cronista Armando Nogueira quando, incentivada pelo meu cunhado predileto,lí o livro ...