Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Frank

Um Rasgo de Paixão, Francisco Borges Neto.

            Eu acabo de começar minha terceira série de sessenta abdominais quando ouço a chave girar na porta de entrada. Ela chega até a sala e atira a bolsa em cima da mesa. É inconfundível o choque do metal da sua arma no tampo de vidro. Aproxima-se e percebo que me fita com o ar de quem mal consegue disfarçar o ódio, e tenta exibir um desprezo que não existe. Não falo nada, me limito a manter a respiração compassada e ruidosa ao fingir concentração no exercício. Vista nesta perspectiva, de baixo pra cima, ela parece bem mais alta do que realmente é, as coxas parecem mais grossas e o cabelo fica mais bonito. Próximo à minha cabeça, no entanto, está fincado o seu scarpin vermelho, que somado ao seu confuso semblante me deixa um tanto incomodado. Mas não demora e ela some no corredor após soltar um daqueles soluços típicos de quem vai chorar. A pancada na porta do quarto corre pelo assoalho e retumba nos meus ouvidos. Fico p...

Sexta poética - 1

Furtos Francisco Oliveira Neto (Frank) Quem você pensa que é? Que vem sentir os meus passos Na calçada Que fita os meus olhos E não diz nada Que cheira o meu perfume Sorrateiro E ronda a minha casa O dia inteiro Quem você pensa que é? Que ouve os meus pássaros Cantando Que abre a minha janela Imaginando Que debruça em minha cerca Pensativo E pisa em minha grama Sem motivo Afinal Quem você pensa que é? Que se esconde em meu jardim Que rouba a flor do meu jasmim E entrega a outra mulher

Quarta-feira em poesia -

Errante Richardson Nochelli Quero viajar, me perder por esse Brasil, Ver as belezas, também as tristezas, Passar como um vento pelas casas, Pelos casosconhecer cada um, Cada qual em seu local.começo por cima,de aparência sem igual, Nordeste é meu destino pelas praias meu canal, Vou ver Lucila em Salvador,e quem sabe andar de elevador, Ver Tanandra em São Luís,ver o boi e ser feliz, Em Pernambuco a festa esquenta,tem Júlia, Renan e Regina, Generala, E é lá que primeiro o galo canta. Parto com dor no coração,mas vou para outra terra de encanto, Vou ver Márcia em Porto alegre, tomar chimarrão de bota e bombacha tchê, Visita isolada mas não menos festiva, Saio de lá já pensando em voltar. A caminho de São Paulo, decido ver o mar, É em Santos que encontro um amigo,mascarado mas nunca fingido, Encontro o Frank, Francisco (ou Chico), Passo em Piracicaba,encontro Aline, Amiga com aparência de longa data, Encontro também o rio, que um dia suas águas joga fora, Chegando...