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Mostrando postagens com o rótulo Desesperança

O Sobrevivente, Carlos Drummond de Andrade

Impossível compor um poema a essa altura de evolução da humanidade. Impossível escrever um poema – uma linha que seja – de verdadeira poesia. Um sábio declarou que ainda falta muito para atingirmos um nível razoável de cultura. Mas até lá, felizmente, estarei morto. Os homens não melhoram e matam-se como percevejos. Os percevejos heroicos renascem. Inabitável o mundo é cada vez mais habitado. E se os olhos reaprendessem a chorar seria como um segundo dilúvio. (Desconfio que escrevi um poema). Imagem: Trem das Gerais

Recordo Ainda,Mário Quintana

Recordo ainda... e nada mais me importa... Aqueles dias de uma luz tão mansa Que me deixavam, sempre, de lembrança, Algum brinquedo novo à minha porta... Mas veio um vento de Desesperança Soprando cinzas pela noite morta! E eu pendurei na galharia torta Todos os meus brinquedos de criança... Estrada afora após segui... Mas, aí, Embora idade e senso eu aparente Não vos iludais o velho que aqui vai: Eu quero os meus brinquedos novamente! Sou um pobre menino... acreditai!... Que envelheceu, um dia, de repente!...