Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Habanita

A Caderneta Vermelha, Antoine Laurain.

O táxi a deixou na esquina do bulevar. Ela só precisava caminhar cinquenta metros para chegar em casa. A rua era iluminada pelos lampiões que coloriam as fachadas com reflexo laranja, mas ainda assim, como sempre lhe acontecia tarde da noite, ela ficou apreensiva. Olhou para trás e não viu ninguém. A luz do hotel, ali em frente, inundava a calçada entre dois arbustos plantados em vasos que delimitavam a entrada do hotel três estrelas. Ela parou diante do seu prédio, abriu o zíper do meio de bolsa para pegar o chaveiro com o controle remoto, e depois tudo aconteceu muito depressa. Uma mão segurou a alça, uma mão surgida do nada e pertencente a um homem moreno, vestido com uma jaqueta de couro. O medo levou apenas um segundo para atravessar todas as suas veias e subir até o coração, para ali explodir numa chuva gelada. Por reflexo, ela se agarrou à bolsa, o homem puxou e, encontrando resistência, pousou a mão sobre o rosto dela e empurrou a cabeça contra o metal da porta. A cadern...