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Mostrando postagens de fevereiro, 2024

Vamos Pensar? Alice No País das Maravilhas, Lewis Carrol

     "Amas-me? Perguntou Alice.      Não, não te amo! Respondeu o Coelho Branco.     Alice franziu a testa e juntou as mãos como fazia sempre que se sentia ferida.      Vês? Retorquiu o Coelho Branco.    Agora vais começar a perguntar-te o que te torna tão imperfeita e o que fizeste de mal para que eu não consiga amar-te pelo menos um pouco.     Sabes, é por esta razão que não te posso amar. Nem sempre serás amada Alice, haverá dias em que os outros estarão cansados e aborrecidos com a vida, terão a cabeça nas nuvens e irão magoar-te.     Porque as pessoas são assim, de algum modo sempre acabam por ferir os sentimentos uns dos outros, seja por descuido, incompreensão ou conflitos consigo mesmos.     Se tu não te amares, ao menos um pouco, se não crias uma couraça de amor próprio e de felicidade ao redor do teu Coração, os débeis dissabores causados pelos outros tornar-se-ão letais e destruir-te-ão.      A primeira vez que te vi fiz um pacto comigo mesmo: "Evitarei amar-te até

Dom Quixote, Por Salvador Dali

     Li no site Prosa e Verso que provavelmente tenha  sido por causa de uma carta de seu pai, que Salvador Dali, na época (1945) residindo em Nova York,  resolveu fazer as primeiras ilustrações para o livro Dom Quixote.  Na carta o pai diz:  “ Es una obra en la que tus facultates podrán sobresali extraordinariamente”.      Salvador Dali, então, se pos a atrabalhar e o famoso livro, ganhou as ilustrações que se seguem: dom Quixote de La Mancha, Salvador Dali, The Ilustrated Modern Library 1946

Toada de Fruto e Bicho, Marcílio Godoi

Araçá não é goiaba goiaba né araçá goiaba tem da branca e da vermeia araçá é ceia do mandruvá. Meu amor com os burros n'água o meu bem não quer casar. Eu sou pobre, pobre, pobre de ma-ré-de-si relá enterra o canário inerte menina, não vá chorár na caixa de sabonete com a flor do manacá. Araçá não é goiaba goiaba né araçá goiaba tem da branca e da vermeia araçá é ceia do mandruvá. Não tira o botão da casa não tira a paz do solar. Isabel virou princesa Portugal perdeu lugá coronel ficou maluco com seu modo de andar levou meu amor com ele fiquei sozinho a cismá. Araçá não é goiaba goiaba né araçá goiaba tem da branca e da vermeia araçá é ceia do mandruvá. Goiaba dá bicho larva passarim foi lá jantar araçá ficou sozinha sem bicho pra namorar botei doce na janela de goiaba com araçá menino não quer trabalho menina não quer casá. Araçá não é goiaba goiaba né araçá goiaba tem da branca e da vermeia araçá é ceia do mandruvá.

Ilha, Paulo César Pinheiro

  De noite a ilha é quietude, O som do mar só na beira, O continente à distância, E a luz de alguma traineira. Pra iluminar só candeira, Estrela, lua ou fogueira, E em noite de tempestade O branco da cachoeira. Ali gerei minha filha E fiz cantiga praieira. Ali vivi como nunca A cor da minha bandeira. Ali senti que, bem antes De alguém cruzar a fronteira, Devia ser mais que o Éden A imensidão brasileira - Paulo César Pinheiro, no livro "Clave de sal – poemas de mar". Gryphus, 2003

O Que Estou Lendo: O Bruxo do Contestado, Godofredo de Oliveira Neto.

     Tecla, uma cativante narradora que testemunhou a Segunda Guerra Mundial no Brasil, o regime militar de 1964 e se emocionou com a Guerra do Contestado (1912-1916) por meio dos depoimentos do atormentado Gerd Rünnel ― personagem que carrega, ele próprio, uma guerra dentro de si ― expõe ao leitor em estilo fluido e criativo esses três momentos cruciais da história brasileira.   A crucial Guerra do Contestado e seus importantes desdobramentos, até hoje pouco difundidos no Brasil, são aqui descritos de maneira inédita e necessária. Calcula-se que vinte mil pessoas se envolveram diretamente na conflagração e, considerando-se o conjunto, houve cerca de quinze mil mortes no Contestado. A metade do exército brasileiro foi deslocada para a região, toda a República se mobilizou, o Supremo Tribunal Federal chegou a analisar pedido de habeas corpus em favor dos revoltosos, Epitácio Pessoa e Rui Barbosa advogaram para as partes em conflito. A imprensa brasileira advertia para a possível reediçã

Poemas da M.P.B: Vento no Litoral, Renato Russo

De tarde quero descansar Chegar até a praia e ver Se o vento ainda está forte, vai Ser bom subir nas pedras, sei Que faço isso pra esquecer Eu deixo a onda me acertar E o vento vai levando tudo embora Agora está tão longe, ver A linha do horizonte me distrai Dos nossos planos é que tenho mais saudade Quando olhávamos juntos na mesma direção Aonde está você agora além de aqui dentro de mim? Agimos certo sem querer Foi só o tempo que errou Vai ser difícil eu sem você Porque você está comigo o tempo todo E quando vejo o mar Existe algo que diz Que a vida continua e se entregar é uma bobagem Já que você não está aqui O que posso fazer É cuidar de mim Quero ser feliz ao menos Lembra que o plano era ficarmos bem Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah Olha só o que eu achei Hum, hum Cavalos-marinhos Sei que faço isso pra esquecer Eu deixo a onda me acertar E o vento vai levando tudo embora Legião Urbana, Vento no Litoral 1994 Ouça aqui

Mafalda Humana Em Duas Versões - Inteligência Artificial

  Mafalda  foi uma personagem criada em   1964  pelo   humorista gráfico  Joaquín Salvador Lavado Tejón  — mais conhecido como   Quino  — e é conhecida por sua aguda perspicácia e sua preocupação com a humanidade ao seu redor. Embora sempre tenha sido um desenho, agora a   inteligência artificial  (IA) é capaz de imaginar como ela se pareceria na vida real, tanto quando criança quanto quando adulta . Na primeira imagem, podemos ver Mafalda e versão adulta.  Ela tem cabelos escuros cacheados, olhos verdes e segura livros.  Em relação à sua vestimenta, ela usa um vestido preto com pontos brancos.  Ao mesmo tempo, os traços físicos, como a boca e o nariz, são bem evidentes. Já na segunda fotografia, a IA projetou a figura argentina como uma criança de seis anos. Ela veste um vestido vermelho e tem uma fita da mesma cor em seus cabelos. A vemos sentada em um banco, concentrada na leitura de um livro.A ferramenta tecnológica pode criar imagens impressionantes, embora seja necessário explica

Portela, Um Poema Pra Você ( João do SRzd)

Portela, Teus tambores reunidosAcalentam os ouvidos Dos que seguem teu pendão Revolvem As cortinas do passado Dos batuques, dos gingados Do samba de pé no chão Abrimos Nosso peito, nossa vida Nos fazemos avenida E tu passas… que emoção! Teremos para ti novos planos Nestes 92 anos De tão vultosa paixão Lembramos Tuas honras, tuas glórias És fazedora de histórias Que garboso pavilhão! Nascida Sob a sombra da jaqueira Oswaldo Cruz, Madureira Tua gente em comunhão Saúda Tua festa, teu reinado De azul e branco, enfeitado Do poeta és o afã Orgulho Ser a única torcida A gritar, envaidecida: “21 vezes campeã”! De bambas Tens o céu mais impoluto Aqui, sabemos, deu fruto O que a Velha Guarda plantou Portela Somos filhos de teu ninho Teu amor e teu carinho Celebramos com emoção Portela És paixão que não se explica Tudo passa, a Águia fica Viva em nosso coração. Fonte. SRzd

Um Defeito de Cor, Portela 2024

Logo mais à noite a Potela leva sua majestade águia ao Sapucai, desfilando um Samba-enredo inspirado no livro de Ana Maria Gonçalve s.  Um Defeito de Cor, o samba, é de autoria de: Rafael Gigante / Vinicius Ferreira / Wanderley Monteiro / Jefferson Oliveira / Hélio Porto / Bira / André Do Posto 7 O samba genuinamente preto Fina flor, jardim do gueto Que exala o nosso afeto Me embala, oh! mãe, no colo da saudade Pra fazer da identidade nosso dialeto Omoduntê (1), vim do ventre do amor Omoduntê, pois assim me batizou Alma de Gege(2) e a justiça de Xangô O teu exemplo me faz vencedor Sagrado feminino ensinamento Feito águia corta o tempo Te encontro ao ver o mar Inspiração a flor da pele preta Tua voz, tinta e caneta No azul que reina Yemanjá Salve a lua de Bennin (3) Viva o povo de Benguela (4) Essa luz que brilha em mim E habita a Portela Tal a história de Mahin (5) Liberdade se rebela Nasci quilombo e cresci favela! Orayeye oxum (6), Kalunga! É mão que acolhe outra mão, macumba! Teu ro

Síndrome, Luciene Freitas

Hoje a noite lua alta, faltei e ninguém sentiu minha falta. Reccanello      Vivia numa gaveta, andava de um lado para o outro, roía uma folha de papel e mais outra, ficava empanturrada. Fazia o casulo,abrigava-se como larva protegendo-se das intempéries.      Lançava-se às escaladas com a casa nas costas. Grande decisão, longa a viagem pela parede, rumo aos quadros. Neles fincava bandeira de posse. A conquista de toda colônia. Nunca se ouviu falar que brigassem por um mínimo de pedaço de papel.      Inclusa no grupo das miúdas destruidoras silenciosas, tem nos guarda-roupas, quadros e bibliotecas o suficiente, em comida, para os descendentes, até a bilionésima geração, ou mais. Vive, tranquila, no silêncio dos arquivos e onde houver papel ou tecido.      Ao morrer jaz, insignificante, sem que se perceba uma ausência.      Pode ser que num futuro qualquer, uma criatura humana folheando livros, deliberadamente, ou divagando numa boa leitura, dê conta de uma mancha mínima na folha. Tente

O Momento do Amor, crônica de carnaval de João do Rio

  Em fevereiro de 1916, o jornalista João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto, mais conhecido como João do Rio, assinava através de outro pseudônimo,  Joe ,  na  Revista da Semana ,  uma crônica sobre o carnaval, dialogando com um certo conselheiro, personagem ficcional, sobre as implicações morais da festa. O Momento do Amor, Joe                                                                                                                        O conselheiro é um homem encantador. Baudelaire dizia: “Cá temos um homem que fala do seu coração – deve ser um canalha”. O conselheiro não fala do seu coração, mas é um homem sensível. Com 75 anos, teso, bem vestido, correto, possuidor de doze netos e cinco bisnetos, a sua conversa é sempre cheia de alegria e de mocidade. Outra noite, estávamos no seu salão, e de repente rompeu na rua um “zé-pereira”. O conselheiro exclamou: – Eh! Eh! As coisas esquentam! Como o conselheiro é idoso, pensei vê-lo atacar os costumes e o carnaval.

Poemas de M.P.B: Se Todos Fossem Iguais A Você, Hélio Turco, Jurandir e Alvinho (Mangueira)

Mangueira vai deixar saudade Quando o carnaval chegar ao fim Quero me perder na fantasia Que invade os poemas de Jobim Amanheceu ... O Rio canta de alegria Aconteceu ... A mais linda sinfonia O sol já despontou na serra Doirando o seu corpo sedutor O mar beija a garota de Ipanema A musa de um sonhador É carnaval É a doce ilusão É promessa de vida no meu coração Vem ... Vem amar a liberdade Vem cantar e sorrir Ver um mundo melhor Vem, meu coração está em festa Eu sou a Mangueira em "Tom" maior Salve o samba de terreiro Salve o Rio de Janeiro Seus recantos naturais Se todos fossem iguais a você Que maravilha seria viver Assinar e remover anúncios  cl Samba enredo da Mangueira em 1992  Se Todos Fossem Iguais A Você Tom Jobim e Vinícius de Moraes Vai tua vida Teu caminho é de paz e amor A tua vida É uma linda canção de amor Abre os teus braços e canta A última esperança A esperança divina De amar em paz Se todos fossem Iguais a você Que maravilha viver Uma canção pelo ar Uma mul