O céu era uma inflada pança de burro que pendia ameaçadora a poucos palmos das cabeças. O vento morno e pegajoso varria algumas folhas soltas e sacudia com violência as bananairas raquíticas que enfeitavam a fachada da delegacia. Os poucos habitantes de El Idilio mais um bando de aventureiros vindos das redondezas se reuniam no cais, esperando a vez de sentar na poltrona portátil do doutor Rubicundo Loachamín, o dentista, que aliviava as dores de seus pacientes mediante um curioso tipo de anestesia oral. - Dói? - perguntava Os pacientes, agarrando-se no encosto da poltrona, respondiam abrindo desmesuradamente os olhos e suando em bicas. Alguns queriam retirar de suas bocas as mãos insolentes do dentista e responder-lhe com o merecido palavrão, mas suas intenções se chocavam com os braços fortes e com a voz autoritária do odontólogo. - Quieto, porra! Tire as mão...