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Mostrando postagens com o rótulo FErnando Brant

Por Que Não Te Amaram, Francisco? crônica de Antonio Neto

O outono capixaba alterna dias ensolarados com outros nublados, atravessados por dias chuvosos, desfazendo um pouco do eterno verão que nos é peculiar. Nesses últimos dias, o mar tem nos trazido ventos tristes... Francisco é morto. Isso faz lembrar o trecho da música de Fernando Brant, Lô Borges e Márcio Borges; eternizada na voz de Milton Nascimento: “Por que você não verá Meu lado ocidental? Não precisa medo, não Não precisa da timidez Todo dia é dia de viver Eu sou da América do Sul Sei, vocês não vão saber” Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936, filho de imigrantes italianos. Quando eleito Papa, ele disse: “Parece que meus irmãos cardeais foram me buscar no fim do mundo”. Ele se declarava, assim, um homem do Sul Global. Proveniente dos países colonizados pelas nações europeias por cerca de 300 anos. Nós, a periferia do mundo. Nós somos o Extremo Ocidente, como cantou Caetano Veloso, na música Milagres do Povo: “Foi o negro que viu a crueldade bem...

Adeus, poeta Fernando Brant

Da janela lateral do quarto de dormir Vejo uma igreja, um sinal de glória Vejo um muro branco e um vôo pássaro Vejo uma grade e um velho sinal Mensageiro natural, de coisas naturais Quando eu falava dessas cores mórbidas Quando eu falava desses homens sórdidos Quando eu falava desse temporal Você não escutou Você não quis acreditar, mas isso é tão normal Você não quis acreditar e eu apenas era Cavaleiro marginal lavado em ribeirão Cavaleiro negro que viveu mistérios Cavaleiro e senhor de casa e árvores Sem querer descanso nem dominical Cavaleiro marginal banhado em ribeirão Conheci as torres e os cemitérios Conheci os homens e os seus velórios Eu olhava da janela lateral Do quarto de dormir Você não quis acreditar, mas isso é tão normal Você não quis acreditar, mas isso é tão normal Um cavaleiro marginal banhado em ribeirão Você não quis acreditar que eu apenas era... Você não quer acreditar que eu apenas era...