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Soneto de Maio, Vinicius de Moraes

Suavemente Maio se insinua Por entre os véus de Abril, o mês cruel E lava o ar de anil, alegra a rua Alumbra os astros e aproxima o céu. Até a lua, a casta e branca lua Esquecido o pudor, baixa o dossel E em seu leito de plumas fica nua A destilar seu luminoso mel. Raia a aurora tão tímida e tão frágil Que através do seu corpo transparente Dir-se-ia poder-se ver o rosto Carregado de inveja e de presságio Dos irmãos Junho e Julho, friamente Preparando as catástrofes de Agosto... Ouro Preto, maio de 1967 Imagem: Pixabay

Terceira Idade, Miryan Lucy Rezende

     Lembro-me bem. Foi quando julho se foi, que um vento mais gelado, mais destemperado, que arrastava ainda folhas deixadas pelo outono, me disse algumas verdades. Convenceu-me de que o céu começaria a apresentar metamorfoses avermelhadas. Que a poeira levantada por ele daria lições de que as coisas nem sempre ficam no mesmo lugar e que é preciso aceitar que a poeira só assenta depois que os redemoinhos se vão.      Foi quando julho se foi que a minha solidão me convidou para uma conversa. E me contou de tempo de esperas. E me disse que o barulho das árvores tinha algo a dizer sobre aceitação. E eu fiquei pensando como elas, as árvores, aceitam as estações que, se as estremecem, também lhes florescem os galhos. Mas tudo a seu tempo. Foi em agosto que descobri que os cachorros loucos são, na verdade, os uivos que não lançamos ao vento. São nossos estremecimentos particulares que a nossa rigidez de certezas não nos permite encarar.      O mê...

Soneto de Maio, Vinicius de Moraes

Suavemente Maio se insinua Por entre os véus de Abril, o mês cruel E lava o ar de anil, alegra a rua Alumbra os astros e aproxima o céu. Até a lua, a casta e branca lua Esquecido o pudor, baixa o dossel E em seu leito de plumas fica nua A destilar seu luminoso mel. Raia a aurora tão tímida e tão frágil Que através do seu corpo transparente Dir-se-ia poder-se ver o rosto Carregado de inveja e de presságio Dos irmãos Junho e Julho, friamente Preparando as catástrofes de Agosto... Fonte: site Vinicius de Moraes Imagem: doodle do Google para o centenário de V.M em 2013

Horóscopo poético: Câncer: 21 de junho a 20 de julho,Vinicius de Moraes

Câncer Vinicius de Moraes Você nunca avance Em uma mulher de câncer. Seu planeta é a lua E a lua, é sabido, Só vive na sua. É muito apegada E quando pegada Pega da pesada. É a mulher que ama Com muito saber No tocante à cama Não sei lhe dizer... (Com o signo câncer, o blog LivroErrante encerra a publicação dos versos de Vinicius de Moraes iniciada em julho de 2010 com Leão).

Horóscopo de Vinícius de Moraes - Leão

A mulher de leão Brilha na escuridão. A mulher de leão, mesmo sem fome Pega, mata e come. A mulher de leão não tem perdão. As mulheres de leão Leoas são. Poeta, operário, capitão Cuidado com a mulher de leão! São ciumentas e antagônicas Solares e dominicais Ígneas, áureas e sardônicas E muito, muito liberais.