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Mostrando postagens com o rótulo Jacarepaguá

Filho de Ouro, Inez Cabral

Dei sorte na vida. Apesar das dificuldades para sobreviver, da pobreza, do medo do tráfico, maus tratos das patroas, e outras mazelas, Deus me deu um filho de ouro. Ele fez muitas bobagens na vida, mas quando amadureceu, virou um homem de bem. Trabalhou na PM, chegou a sargento, acabou exonerado. Nunca entendi por quê, nem ele explicou. Arrumou logo outro serviço, virou segurança. Ganha mais. Agradeço todos os dias pela sorte que tenho. A única coisa de que não gosto, é que nesse emprego, ele tem que andar armado. Nunca vou entender por que homem gosta tanto de arma. Ele diz que é pra proteção. Já é homem adulto, sabe melhor do que eu o que é bom. Estou que não me aguento de felicidade. No meu aniversário, sem que eu esperasse, me deu uma chave de presente. ─Que é isso, meu filho? ─Um presente. Arrumei para a senhora. Se for esperar pela casa prometida pelo governo, vai morrer esperando. Essa é a chave de um apartamento. É da senhora. Não precisa levar nada, está mobiliada, tem ...

Olhos de Preá, Carlos Drummond de Andrade

     Nem tudo no ano escolar foi pichação de parede, pedra jogada na testa da polícia. Quem era de estudar estudou, fez pesquisa, juntou coisas para provar. Aí organiza-se uma exposição, mas que seja bem bacana. Sem ar de museu antigo, objetos falando, contando o esforço de aprender e transmitir, a alegre descoberta da natureza pela moçada.      A turma do científico¹ quer lá saber de apresentar só desenhos e fotos. Durante o ano, andou por Manguinhos e Butantã², trabalhou em laboratórios, adquiriu saber de experiências feito. Então vai mostrar os soros, as vacinas, os pequenos animais empalhados que documentam a praxis, como gosta de dizer um líder da turma.