O mundo não vai acabar amanhã, conforme pensam as duas metades do Brasil mobilizadas pela disputa em caso de derrota. Como uma delas necessariamente vai perder, o mau humor de muita gente será compreensível. A taxa de grosseria, que já estava alta, vai crescer mais ainda. Respire fundo e, por favor, seja moderado(a) ao festejar e, sobretudo, ao engolir o choro. O perdedor deve perder em paz, pois o esporte não ganha nada com a catimba, e sobretudo porque a vida segue na segunda-feira: o botequim vai ter de abrir, assim como o Parlamento. Todo mundo vai sair para trabalhar já pensando no futuro, e a fila vai andar. Aliás, esse é o ponto essencial: o processo termina hoje, o vencedor levanta a taça, não é preciso aplaudir, nem apoiar. Tem sempre uma reclamação, um pedido de recontagem, e a torcida perdedora habitualmente desanca o juiz. É feio, mas não é golpe. Só é obrigatório tolerar. Na verdade, a derrota vai ser um grande exercício de tolerância para a metade do Brasil com a cabeça ...