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Mostrando postagens com o rótulo USP

Mulheres da Fuvest (5): Júlia Lopes de Almeida (Memórias de Martha) Matéria de Isabella Andrade

Resumo do livro ‘ Memórias de Martha’ O romance Memórias de Martha, primeiro da escritora Júlia Lopes de Almeida, foi publicado inicialmente como folhetim em 1888 e compilado em livro no ano seguinte, 1889, um ano antes de O Cortiço, de Aluísio Azevedo. Classificado como um romance memorialista, a obra é uma autobiografia ficcional narrada em primeira pessoa. A protagonista, Martha, narra os acontecimentos mais marcantes de sua vida, desde a infância até o momento da narrativa, que coincide com a morte de sua mãe. Cenário e contexto histórico A história se passa no final do século XIX. Quando jovem, Martha perde o pai, e sua mãe, também chamada Martha, precisa trabalhar como engomadeira para sustentar as duas. A renda escassa obriga-as a morar em um cortiço no bairro de São Cristóvão, na então capital do Império, Rio de Janeiro. Martha descreve o cortiço como um lugar úmido, fétido, devido a um matadouro próximo, e o quarto onde viviam como estreito, abafado e escuro. É de se notar que...

Nordestinos em São Paulo, Aluízio Falcão.

      Leio uma publicação da ECA/USP com várias reportagens escritas por estudantes de jornalismo. O tema é a saga dos migrantes. Há depoimentos de intelectuais nordestinos residentes em São Paulo, mas principalmente daqueles anônimos viventes de periferia. Comove-me o testemunho de uma senhora que migrou em companhia da filha. Contando a estória, diz essa mãe-coragem que a sua menina, diante da miséria reinante no cafundó natal, assim propôs a retirada: "Mãe, vamos pra São Paulo, vamos lutar na vida". Não me lembro, em prosa brasileira, de registro mais bonito para o verbo lutar.      A onda migratória para os grandes centros tem vários intérpretes: antropólogos, sociólogos, romancistas, e até um vereador chamado Bruno Feder, autor daquele famigerado projeto que simplesmente proibia a entrada de nordestino em São Paulo. Muito já se analisou e escreveu, para o bem e para o mal, sobre os personagens desta humilhante diáspora. Nenhum intérprete do fen...

História Bonita: Dona Magdalena entrou na faculdade aos 80 anos.

                                                                                                   “ Minha mãe é minha grande inspiração. Com sua obstinação, resiliência e alegria de viver, ela me ensinou que eu também poderia ter essas qualidades. A discriminação que ela enfrentou por ser uma mulher divorciada se tornou sabedoria, que ela compartilhou comigo quando enfrentei preconceitos por ser mulher e querer faculdade de engenharia. Depois que me formei, a força de minha mãe foi o que me deu coragem para ser a primeira mulher engenheira no meu local de trabalho.       Tivemos muitos episódios de superação juntas. Um dos momentos mais marcantes das nossas vidas aconteceu quando ela decidiu entrar na faculdade d...

História bonita (16): Murilo Foi Aprovado em 5 faculdades.

     Murilo dos Santos Pavani,jovem de 19 anos, da  cidade de   Palmares Paulista  (SP),conseguiu um feito de  fazer inveja: foi aprovado em medicina em cinco universidades públicas do Brasil:   Famerp, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP), Famema, Faculdade de Medicina de Marília (SP), UFMG, em Belo Horizonte (MG),  USP , em Ribeirão Preto (SP), e Unicamp, em Campinas (SP). O rapaz determinado, que estudou a vida inteira em escola pública, escolheu  a USP onde foi classificado em 20º lugar, num grupo de 90 estudantes.  Ele explica: “Escolhi a USP por causa da qualidade e do renome, é uma das principais faculdades e o principal curso do país. Estudei a minha vida inteira em escola pública e fiz dois anos de cursinho. Entrei no cursinho sem nenhuma base, foi um aprendizado para conseguir passar nas provas”.  (Fonte: www.g1.globo.com)

Quem é Menos Chato? Machado de Assis ou José de Alencar

                        H á mais de dez anos, ao mediar uma oficina de leitura e escrita, um voraz leitor de Harry Potter me perguntou: “Qual é o autor menos chato: Machado de Assis ou José de Alencar?” A questão me intrigou: o que acontecia nas aulas de literatura daqueles estudantes para que os dois autores fossem considerados “chatos”? Durante oito anos investiguei, por meio de questionários e entrevistas com mais de 80 professores e 290 alunos, suas práticas de leitura literária. O cenário é preocupante. Na maioria das aulas, o trabalho com o texto é substituído pela memorização dos períodos históricos literários e das características de época. Além disso, a leitura dos clássicos, difícil sem uma mediação adequada, dá lugar à leitura de resumos, que obviamente não dão conta dos romances estudados.   Por outro lado, a pesquisa constatou que os alunos leem! Talvez não aquilo que seus professores gostariam, m...

Orgulho de Estar Na Rabeira, ou pernambucanidade inútil. Regina Porto

      Pernambucanidade, orgulho de ser nordestino, Eu Amo Recife: todas são bem sucedidas campanhas   publicitárias com o objetivo de vender algum produto ou ideia. As três campanhas têm em comum o ufanismo e   nossa conhecida  mania de grandeza. Não vou me ater às questões de Marketing. Não é meu objetivo. Penso é no ufanismo: sempre utilizado, incentivado, quando há uma necessidade.            Vejo na imprensa local   uma preocupação enorme em destacar Pernambuco e não   considero isso incorreto.   Às vezes é engraçado   ler, por exemplo: ” Pernambucano   faz a travessia do canal da mancha   em 10 minutos”, aí vou ler a notícia completa e descubro que, nessa ocasião,   1 00 pessoas   fizeram o mesmo percurso em 9 minutos.   Para continuar a rir, procuro e não encontro a notícia nos jornais de maior porte . Quando muito, encontro, sem destaque al...

De Mindlim Pra Todos Nós: Biblioteca Brasiliana

"O vírus do amor ao livro é incurável, e eu procuro inocular esse vírus no maior número possível de pessoas." José Mindlin Este simpático velhinho é José Ephim Mindlim. Sobre ele já muito foi dito , principalmente quando de seu falecimento aos 95 anos em 2010. Trago Mindlim agora porque quero lembrar o valor de compartilhar conhecimento de todo o tipo.  Este senhor não tinha nenhuma obrigação de desfazer-se de seu vasto acervo, que beirava 40 mil livros. A maioria das pessoas nem o conhecia ou sabia que ele tinha tanto livro e gosto pela leitura desde quando jovem.  Só pude ver um poema de Machado de Assis, escrito no original , como se escrevia no século XIX, por causa dele.  Mindlim fez, em vida, doação à USP de toda a sua biblioteca, para que ficasse acessível ao público.  Ele jamais iria saber quem leu ou deixou de ler. Saber que o que ele juntou por anos a fio iria servir a quem, de outra forma, jamais teria acesso a bons livros era o que importava....

História bonita(6): Laissa, 1ª na família a chegar à universidade

Laíssa Sobral Santos Martins, de 19 anos, é uma das estudantes aprovadas no último processo de transferência externa da Fuvest, que seleciona alunos já matriculados em outras universidades para estudarem na USP (Universidade de São Paulo). Sua história seria comum se não fosse um detalhe: Laíssa é ex-catadora de lixo e cresceu na cooperativa de catadores da Granja Julieta, na qual sua mãe, Mara Lúcia Sobral Santos, é coordenadora. - Eu estava matriculada em um curso de gestão ambiental na FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), mas não podia mais arcar com os custos da mensalidade, alimentação e transporte. Na família de Laíssa, composta pela mãe, o irmão Everton e mais 14 irmãos adotados, ninguém havia conseguido superar o ensino médio. A jovem é a primeira a entrar em uma universidade. Como foi? Laíssa se matriculou na FMU no começo de 2011, quando ainda trabalhava com a mãe na cooperativa e recebia cerca de R$ 900 por mês. Incentivada por amigos que conheciam seu trabalh...

História bonita(7): Julia passou em 12 vestibulares para medicina

Uma jovem brasileira, filha de agricultor no interior de Minas Gerais, quer ser médica. Ela passou em 12 vestibulares. Em uma rua de casas  humildes, uma faixa chama a atenção de quem passa. Júlia passou em 12 universidades. Para um dos cursos mais disputados: Medicina. “Às vezes as pessoas me perguntam: ‘Por que você fez esse tanto de vestibular?’ Eu fiz esse tanto de vestibular porque medicina é assim eu ouvi vários casos de que a pessoa deixou de passar porque o último colocado ficou um décimo na frente dele”, contou a estudante Júlia de Oliveira Campos. Entre as 12 universidades, Júlia escolheu uma das mais conceituadas do Brasil. “Qualquer aluno que pensa em estudar medicina pensa na USP. É onde você vai ter mais oportunidades”, diz Júlia. Por trás da vitória, uma família que batalhou muito. O pai dela, Seu Lincoln, é lavrador na pequena cidade de Paracatu, em Minas Gerais. “Como uma pessoa hoje vai competir nesse mundo sem saber inglês, sem saber espanhol, sem ...