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Mostrando postagens com o rótulo Josefina

Historinha de Páscoa, Maria Julieta Drummond de Andrade

 Até hoje Josefina não sabe explicar se foi sonho, fantasia ou realidade. No Domingo de Ramos, depoisde almoçar  bem, com vinho chileno e um licorzinho final, deitou-se na rede da varanda, disposta a abandonar-se ao dia luminoso. A cabeça, os pensamentos iam  e vinham, no mesmo ritmo lento e oscilante da rede; as preocupações foram esmaecendo, à medida que ela se deixava embalar.       Nisso houve um barulhinho que a princípio tentou ignorar, recendo romper a lânguida quietação que a envolvia. Mas o pequeno ruido - áspero, curto, insistente - acabou invadindo-lhe o bem estar. Abriu com relutância o olho preto ( o mais esperto) e logo depois o segundo,já totalmente emersa da modorra: diante dela um coelho malhado a encarava, com a orelha direita para cima e a esquerda encolhida. Seu jeito insolente e meio c6omico não a surpreendeu,pois tudo era possível sob aquela esplêndida luminosidade de abril. O visitante parou de arranhar o mosaico com as unhas, e ...

Romance Perdido, Joaquim Cardozo

  Quando cheguei, quando venci por fim as incertezas do caminho, Já a noite dormia sob as árvores do parque. Somente na sombra o olhar de um lago frio, Somente no musgo das pedras o contato de mãos macias, Somente no céu a nudez das nuvens inconstantes, Somente, Josefina O vento gelado apagara  o teu desejo, A noite modesta vestira teu corpo.