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Eu Conto Um Conto Por Semana - 4

O Quase-Sonho-Do-Jovem-Poeta-Que-Não-Chora Evaldo Pela terceira noite ele estava diante da Máquina fria e sem sentimentos. Seus olhos como os de uma coruja, brilhavam contra aquela Janela maldita. Eram três noites e nenhuma palavra tinha tomado forma. Os sonhos do jovem poeta estavam adormecidos, assim como ele. Ao longe uma campainha tocava e era Ela: o mundo lá fora gritando insanamente, Eu estou aqui. Ele era um com a Máquina que sorvia cada gota de vida que lhe restava. O calor atordoante abraçava-o como sua Musa, aquela que preferiu a brisa. Sim, ele morria. Era um esforço tremendo olhar para outro lugar além da Janela, maldita Janela. Um gole d'água, qualquer coisinha para engolir. E a Janela. Sempre a Janela. Seu nome, você me pergunta. Não sei, respondo. A pena corre pelo papel, o meu, não o dele. O jovem poeta esqueceu o papel. Há quanto tempo ele não mergulha a pena no tinteiro e assim desenha sua história? Ele não tem mais história. Sua Musa partiu e por um tempo el...