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Mostrando postagens com o rótulo segunda-feira poética

Nascido em 21 de Junho: Machado de Assis

  Imagem:book center Brazil Machado de Assis, por Rubem Braga. São trechos de um programa de televisão em que Machado de Assis é entrevistado 50 anos depois de sua morte. Suas respostas são frases que ele mesmo escreveu em crônicas, contos ou romances.   Repórter — O senhor gostava muito de jogar xadrez com o maestro Artur Napoleão, não é verdade? Machado — “O xadrez, um jogo delicioso, por Deus! Imaginem da anarquia, onde a rainha come o peão, o peão come o bispo, o bispo come o cavalo, o cavalo come a rainha, e todos comem a todos. Graciosa anarquia…” Repórter — Por falar em comer, é verdade que o senhor era vegetariano? Machado — “… eu era carnívoro por educação e vegetariano por princípio. Criaram-me a carne, mais carne, ainda carne, sempre carne. Quando cheguei à idade da razão e organizei o meu código de princípios, incluí nele o vegetarianismo; mas era tarde para a execução. Fiquei carnívoro.” Repórter — Que tal acha o nome da Capital de Minas? Mach...

Poema de Dallas Clayton, tradução/versão: Suzana Valença

VERSÃO EM PORTUGUÊS (Suzana Valença) Ouvi dizer que o futuro é horripilante Com robôs que comem corações pulsantes As pessoas vão se dobrando e caindo E a Terra, em dias tristes, vai submergindo E eu ouvi dizer que o futuro já chegou Por quem fala que conversou Com Deus, em particular Sobre juntar gente para guerrear Ouvi dizer que o futuro é barato De comprar e vender, colhido e plantado Para queimar e quebrar e construir e levar E nem se importar com bagunçar ou guardar Mas eu acredito que o futuro é feliz Que devemos ouvir menos o que se diz E ajudar a curar quem segura nossa mão E ser uma luz na escuridão TRADUÇÃO DIRETA Ouvi dizer que o futuro é sombrio Com robôs que comem corações pulsantes As pessoas vão se dobrando e caindo E a Terra submerge em dias tristes E eu ouvi dizer que o futuro já chegou Por pessoas que falam que ouvem ...

Velho Poema Infantil. Máximo de Moura Santos

Na minha infância, todas as crianças tinham cadernos escolares com a mesma capa. Era o tempo da escola primária, a cidade era São Bento do Una,o livro adotado se chamava Nordeste, tinha gravuras de Percy Lau e essa  poesia singela:  Meu Doce Lar Imagem do Facebook Oh! meu querido Sempre florido Meu doce lar. É uma casinha Que está sozinha Junto do mar. Quando é bem cedo, Pelo arvoredo Que fica além, mansa desliza Suave brisa que vai e vem. O sol vem vindo Então sorrindo Corro ao pomar, E satisfeito Encho meu peito De puro ar. No quintalzinho Meu papaizinho Já está de pé, E mamãezinha Lá na cozinha Faz o café Disposta a mesa Oh! que beleza! Meditem só, Neste deleite Café com leite E pão-de-ló. É todo dia Ai que alegria No meu pomar, Oh como é belo O meu singelo Meu doce lar. Leia sobre o autor: Máximo de Moura Santos

A Várzea Tem Cajazeira, Joaquim Cardozo

  A várzea tem cajazeiras... Cada cajazeira um ninho Que entre o verde e o azul oscila; Mocambo de passarinho. Na baixa funda, mais funda, Tenros que se alojam verdes: Verdes de capim de planta; Vista, mais vista a perder-se. Maracujás enredados... Flor da paixão, do martírio; Entre as balsas dos remansos Baronesas cor-de-lírio. Nessa várzea sou planície, Vaga dimensão dormente; Tendida no chão conforme Sou de mim sombra somente. Rumos de céus desvelados Onde chego e me afugento!? - Já me escuto como em sonho De tão longe que me ausento! Em redes de ramos verdes Me estendo como um caminho, Me espreguiço dessa várzea, E me embalo desse ninho. (Poesias completas, Joaquim Cardozo 1979)