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As Fadas da França, Alphonse Daudet

— Acusado, levante-se! — disse o presidente. Ocorreu um movimento hediondo no banco dos réus incendiários, e algo informe e tiritante veio apoiar-se contra a barra. Era um feixe de trapos, de buracos, de peças, de cordas, de velhas flores, de velhos penachos; por cima de tudo, um pobre rosto fanado, brunido, enrugado, maltratado, em que a malícia de dois pequenos olhos negros cintilava no meio das rugas, como um lagarto na fenda de um velho muro. — Como se chama? — perguntaram-lhe. — Melusina. — Como disse?… Ela repetiu gravemente: — Melusina. Sob o forte bigode de coronel dos dragões, o presidente teve um sorriso, mas continuou impassível: — Idade? — Não sei mais. — Profissão? — Eu sou fada!… De espanto, o auditório, o conselho, o próprio comissário do governo, toda a gente, enfim, soltou uma grande gargalhada. Mas isso não a perturbou absolutamente, e com voz frágil, clara e cheia de trêmulos, que subia...