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Mostrando postagens com o rótulo Gabriel García Márquez

Música e Literatura, depoimento de Gabriel García Márquez

“No México, enquanto escrevia «Cem Anos de Solidão» — entre 1965 e 1966 —, só tive dois discos que se gastaram de tanto serem ouvidos: os Prelúdios de Debussy e «A hard day's night» dos Beatles. Mais tarde, quando por fim tive em Barcelona quase tantos como sempre quis, pareceu-me demasiado convencional a classificação alfabética e adoptei para minha comodidade privada a ordem por instrumentos: o violoncelo, que é o meu favorito, de Vivaldi a Brahms; o violino, desde Corelli até Schõnberg; o cravo e o piano, de Bach a Bartók. Até descobrir o milagre de que tudo o que soa é música, incluídos os pratos e os talheres no lava-loiças, sempre que criem a ilusão de nos indicar por onde vai a vida. . A minha limitação era que não podia escrever com música porque prestava mais atenção ao que ouvia do que ao que escrevia, e ainda hoje assisto a muito poucos concertos porque sinto que na cadeira se estabelece uma espécie de intimidade um pouco impudica com vizinhos estranhos. No ent...

Aracataca, Solidão de 100 anos

Apesar da fama, das constantes visitas de turistas do mundo todo e da recente criação de um museu em homenagem ao escritor, Aracataca (frequentemente confundida com Macondo, cidade fictícia onde se passa a história do premiado Cem Anos de Solidão ), ainda é “uma aldeia de vinte casas de barro e taquara, construídas à margem de um rio de águas diáfanas que se precipitam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré históricos (Revista Brasileiros 17.04.2015)  As imagens que se seguem são de: Vinicius Mendes e eu trouxe da Revista Brasileiros. Macondo saiu da ficção para alimentar gente real  Estação de trem de Aracataca  Biblioteca da cidade, leva nome de personagem de seu escritor, ganhador de Prêmio Nobel   Museu Gabriel García Márquez  instalado                  na casa onde o autor viveu sua i...

Quarta-feira é dia de: Gabriel García Márquez, aniversariante do dia.

          Por vocês       Agora que estamos sozinhos, entre amigos, gostaria de pedir a cumplicidade de todos vocês para que me ajudem a conseguir suportar a lembrança desta tarde, a primeira em minha vida em que vim de corpo presente e em pleno uso de minhas faculdades para fazer ao mesmo tempo duas coisas que eu tinha prometido a mim mesmo não fazer jamais: receber um prêmio e fazer um discurso.      Sempre acreditei, contra outras opiniões muito respeitáveis, que nós, escritores, não viemos ao mundo para sermos coroados, e muitos de vocês sabem que toda homenagem pública é um princípio de embalsamamento. Sempre acreditei, enfim, que nós, escritores não somos escritores por nossos próprios méritos, e sim pela desgraça de não conseguirmos ser outra coisa na vida, e que nosso trabalho solitário não deve merecer mais recompensa nem mais privilégios que os que merece o sapateiro por ...

Ilusões Para o Século XXI, Grabriel García Márquez

          Nos anos 40, o escritor italiano Giovanni Papini enfureceu nossos avós com a frase envenenada: "A América é feita das sobras da Europa." Hoje, temos razões para suspeitar que isso seja verdade, e mais: que a culpa seja nossa.      Simón Bolívar tinha previsto isso, e quis criar em nós  a consciência de uma identidade própria numa linha genial da sua Carta da Jamaica:"Somos um pequeno gênero humano."  Sonhava, e disse, que fôssemos a maior pátria, mais poderosa e a mais unida da terra. No final de seus dias, mortificado por uma dívida com os ingleses que até hoje não acabamos de pagar, e atormantado  pelos franceses que tratavam de vender-lhe os últimos trastes de sua revolução, suplicou a eles, exasperado: "Deixem-nos fazer tranquilos a nossa própria Idade Média." Acabamos sendo um laboratório de ilusões fracassadas. Nossa maior virtude é a criatividade, e no entanto não fizemos outra coisa...

Os Livros Mais Difíceis de Ler Até o Final.

     O jornal italiano Corriere Della Sera, com o apoio do Facebook e Twitter, pesquisou quais os livros que os italianos não conseguiam ler até o final.        Na lista me surpreendeu a indicação de livro de Garcia Márquez, porque esse livro foi daqueles que peguei e não quis largar.      Ulisses jamais me atraiu e A Montanha Mágica, continua esperando minha dispsição para leitura.        De Thomas Mann gostei muito e indico O Eleito .        Vamos aos livros considerados mais difíceis de ler até o fim: 100  anos de Solidão - Gabriel Garcia Márquez Ulisses - James Joyce *Pé Na Estrada - Jack Kerouc *O Homem Sem Qualidades -Robert Musil *A Montanha Mágica - Thomas Mann * O Som e a Fúria - Willian Faulkner *Guerra e Paz - Leon Tolstoi Frateli d'Itália - Alberto...

O Doutor Freitas, Gabriel García Márquez

No primeiro dia do mês em curso escreveu-se nesta seção uma crônica sobre abril. Esperava este jornalista que no transcurso desses trinta dias acontecessem algumas coisas interessantes, entre elas, que Pafúncio se fartasse com um pratarraz de feijão com arroz no boteco do Perico; que Clark conseguisse seduzir a Srta. Lane sem necessidade de transformar-se em Super-Homem e que Tarzan deixasse de praticar suas bobagens atleticamente selvagens. Parece que no que já transcorreu do mês nada disso aconteceu, como não acontecerá no que falta dele, segundo se pode suspeitar. Quanto ao casamento de Ingrid Bergman, as últimas notícias dão a entender que o diretor Rosselini ainda espera saber com quem se pareça a criança antes de lançar ao pescoço a coleira conjugal. Em síntese, a única coisa que parece ter dado certo naquela crônica de saudação aprilina foi a comprovada reivindicação do Dr. Heleno de Freitas no gramado do campeonato nacional. Um acordo que poderia encher de orgulho o p...

Eu Não Vim Fazer Um Discurso. Grabiel García Márquez

     Comprei o livro de García Márquez por acaso. Já conhecia o autor,de quem gosto  imensamente. Não sabia, porém, que ele estava com livro novo na praça.       O exemplar, cuja capa não tem nada de atraente, estava bem à minha frente quando entrei na livraria.      Fazer o quê? Eu Não Vim Fazer Um Discurso   é uma coletânea de textos, discursos feitos em diversas ocasiões e lugares ao longo de boa parte de sua vida.       Inicia com o que ele fez em 1944 despedindo-se dos colegas de turma do ensino médio.  Simples, abrangente, afetivo, bem humorado e elaborado.       A primeira surpresa foi quando confirmei no próprio livro que o autor  tinha, à época, apenas 17 anos.        A cada texto uma satisfação. Em Como Comecei a Escrever (03.05.1970), García Márquez diz francamente do medo que está sentindo por falar e...

E Assim Se Passaram 40 anos...

     O livro Cem Anos de Solidão festeja. Seu aniversário de  40 anos mereceu revisão  do autor e edição  comemorativa no Brasil.      A Editora Record informou que  a versão brasileira, traduzida por Eric Nepomuceno e com  tiragem inicial de 15 mil exemplares, traz o discurso  feito  por García Márquez quando  recebeu o Nobel de Literatura em 1982 e a árvore genealógica da  família Buendia Cem Anos de Solidão (edição  comemorativa) Editora Record Tradução: Eric Nepomuceno Páginas 448

Memória de Minhas Putas Triste - o filme

Depois de Crônica de Uma Morte Anunciada (1991 – dir.Francesco Rosi), Ninguém Escreve ao Coronel (1999 – dir. Arturo Ripstein) e O Amor Nos Tempos do Cólera ( 2008 – dir. Mike Newell) chegou a vez de Memória de Minhas Putas Triste. Numa coprodução internacional (México, Espanha e Dinamarca) o dinamarquês Henning Carlson dirigirá o ator mexicano Damián Alcázar. O filme baseado na obra de Gabriel García Márquz vai ser rodado na cidade de Puebla, México.                                                                      

Ofereço aos novatos.

O Perfume - Patrick Süskind O livro conta a história de um homem que possui um olfato muito apurado mas não possui cheiro próprio. A história situa-se no século XVIII, em Paris, depois em Auvergne, em Montpellier, em Grasse e finalmente retorna a Paris. O protagonista, Jean-Baptiste Grenouille, nasceu no meio de tripas de peixe atrás de uma banca, onde a mãe, que algumas semanas depois foi executada por infanticídios, vendia peixe. Grenouille possui duas características excepcionais: Ele não tem cheiro nenhum, o que assusta sua ama e as crianças com quem ele vivem no orfanato, mas que permite que ele passe totalmente despercebido. Durante a história, essa ausência de odor, de que ele se dá conta somente bem mais tarde, será compensada pela criação de perfumes mais ou menos atraentes, que Grenouille utiliza de acordo com as circunstâncias a fim de ser notado pelos outros. Ele tem um olfato extremamente desenvolvido, o que lhe permite reconhecer os odores mais imperceptíveis. Cons...