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Segunda-feira poética: Mia Couto

Poema da despedida Não saberei nunca dizer  adeus Afinal, só  os mortos sabem morrer Resta ainda tudo, só  nós não podemos ser Talvez o amor, neste  tempo, seja  ainda cedo Não é este sossego que  eu queria, este  exílio de tudo, esta  solidão de todos Agora não  resta de mim o  que seja meu e  quando tento o  magro invento de um sonho todo  o inferno me vem à boca Nenhuma palavra alcança  o mundo, eu sei Ainda assim, escrevo