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Testamento do Homem Sensato, Carlos Pena Filho

Quando eu morrer, não faças disparates nem fiques a pensar: Ele era assim... Mas senta-te num banco de jardim, calmamente comendo chocolates. Aceita o que te deixo, o quase nada destas palavras que te digo aqui: Foi mais que longa a vida que eu vivi, para ser em lembranças prolongada. Porém, se um dia, só, na tarde em queda, surgir uma lembrança desgarrada, ave que nasce e em vôo se arremeda, deixa-a pousar em teu silêncio, leve como se apenas fosse imaginada, como uma luz, mais que distante, breve.

A Solidão E Sua Porta

A SOLIDÃO E SUA PORTA Carlos Pena Filho Quando mais nada resistir que valha a pena de viver e a dor de amar e quando nada mais interessar (nem o torpor do sono que se espalha). Quando, pelo desuso da navalha                                             a barba livremente caminhar e até Deus em silêncio se afastar deixando-te sozinho na batalha a arquitetar na sombra a despedida do mundo que te foi contraditório, lembra-te que afinal te resta a vida com tudo que é insolvente e provisório e de que ainda tens uma saída: entrar no acaso e amar o transitório. (Estátua de Carlos Pena Filho na Praça da Independência - centro do Recife)