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Hai Kai, Paulo Leminski

HAI        Eis que nasce completo   e, ao morrer, morre germe,        o desejo, analfabeto,   de saber como reger-me,        ah, saber como me ajeito   para que eu seja quem fui,        eis o que nasce perfeito   e, ao crescer, diminui. KAI        Mínimo templo   para um deus pequeno,        aqui vos guarda,   em vez da dor que peno,        meu extremo anjo de vanguarda.        De que máscara   se gaba sua lástima,        de que vaga   se vangloria sua história,        saiba quem saiba.        A mim me basta   a sombra que se deixa,          o corpo que se afasta. Veja mais de Paulo Leminski aqui

Aniversariantes leoninos (final) Por Um Mundo Millor*

Poesia Matemática Millor Fernandes Às folhas tantas do livro matemático um Quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma Incógnita. Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a, do Ápice à Base, uma figura ímpar: olhos rombóides, boca trapezóide, corpo octogonal, seios esferóides. Fez da sua uma vida paralela à dela até que se encontraram no infinito. "Quem és tu?", indagou ele em ânsia radical. "Sou a soma do quadrado dos catetos. Mas pode me chamar de Hipotenusa." E de falarem descobriram que eram (o que em aritmética corresponde a almas irmãs) primos entre si. E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz numa sexta potenciação traçando ao sabor do momento e da paixão retas, curvas, círculos e linhas sinoidais nos jardins da quarta dimensão. Escandalizaram os ortodoxos das fórmula...