Presépio artesanal, da exposição Oriundi - SP “Filho! Serás feliz!” – Era a voz de Maria Que entre beijos e lágrimas dizia, Ao ver seu grande filho que nascia De olhos azuis e cabecinha loura. Foi no palácio de uma estrebaria, No berço de ouro de uma manjedoura. Lá fora, em céu tranquilo, uma estrela luzia. A areia do areal machucada rangia: Eram os passos dos camelos, eram Três vultos numa sombra que crescia... E os Reis Magos trouxeram Para o Senhor do Mundo que dormia Ouro, Mirra e Incenso. Aleluia! Aleluia! Alegria! Alegria! Um era preto como a noite, Outro moreno como a tarde, Outro era claro como o dia. Ajoelharam-se trêmulos de espanto Diante da estrela humana que nascia. Mas, no silêncio, em torno só se ouvia: - “Filho! Serás feliz!” Sempre a voz de Maria Martirizada, cadenciada. Era mãe e previa No seu saber profundo, Como ia ser rude a jornada E como sofreria Seu pequenino Deus – Senhor do Mundo. ...