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Mostrando postagens com o rótulo Ziraldo

O Pasquim Que Ninguém Viu, Guttemberg Guarabyra

O licor polonês que encontrei no armário de bebidas do cartunista Ziraldo era de cerejas. Não sei de que espécie, pois há vários tipos de cerejeiras. Um deles, o Primus avium, fornece uma bela madeira usada na fabricação de instrumentos musicais, além de frutas muito doces. Independentemente de saber que tipo de cerejeira existiria na Polônia, estava mesmo curioso era para conhecer o gosto da bebida. Pedi um trago. O licor era saborosíssimo. Como havia dezenas de garrafas, perguntei se não me ofertaria uma de presente. Ziraldo negou-me a dádiva explicando que comprara aquilo tudo para ser apreciado em casa com os amigos. Que eu poderia consumir o quanto desejasse, desde que fosse com ele e na casa dele. Mariozinho Rocha, ao meu lado, disse que topava a parada. Ziraldo foi buscar os copos. Os que ali estavam haviam participado comigo, momentos antes, de uma reunião, e vieram se juntar a nós para apreciar o licor. Entre eles, Sérgio Cabral pai, Millôr Fernandes, Jaguar e demais...

Agora, Fome, Não Tinha. Ziraldo ( Ziraldo para adultos - 1)

  Eu acho que o mundo era justo naquele tempo — e olha que foi ontem! Seo Zé da dona Rita morava no pé da serra — tinha uma situação lá — e criava uns porcos pro meu pai: capado à meia. Eu me lembro que ele chegava lá em casa e informava ao dono dos porcos — o capitalista — que tinha matado o porco. Nem perguntava se podia. Matava. E trazia a banda que nos cabia. Como era ele que criava o porco — numa relação de capital e trabalho — a banda melhor ficava com ele: o bucho, os miúdos, as tripas para linguiça, o sangue para murcia. O capitalista ficava com a banda lisa. Pode? Desde quando a melhor parte fica para quem trabalha? Em Caratinga, Minas, era assim, quando eu era menino e tem pouco mais de quarenta anos. Minha mãe gostava de falar dessas mudanças. Diante das tristes notícias dos jornais, ela dizia: “No meu tempo, fome era só vontade de comer”. A região onde morávamos era muito fértil mas pobre (só hoje percebo isso, pois, voltando lá, vejo a precariedade das velhas sedes das...

10 Livros Para Falar Sobre a Morte Com As Crianças

Pode Chorar, Coração, Mas Fique Inteiro     (Cia das Letrinhas), de Glenn Ringtved com ilustrações de Charlotte Pardi, retrata o processo de despedida de uma avó e seus netos. Um livro delicado e poético que traz a temível morte como personagem - mas, aqui, ela se mostra uma gentil admiradora da vida que reforça aos leitores a importância e a beleza de conseguirmos nos despedir de quem amamos na hora que ela chegar. A Cabine Telefônica de Sr. Hirota  (Melhoramentos) de Heather Smith e Rachel Wada nos leva para mais longe, até o Japão, para falar sobre o mesmo tema: a morte. Mas não é aquela morte esperada, previsível. Todo mundo da cidade perdeu alguém no dia em que a grande onda chegou, lemos no livro de Heather Smith e ilustrado por Rachel Wada. O pequeno Makio perdeu o pai. Na história, baseada em algo que autora ouviu em um podcast, o sr. Hirota constrói uma cabine telefônica no jardim, para que os moradores possam conversar com seus mortos - para que ele possa se com...

Pasquim 50 Anos

     Primeiro número de O Pasquim saiu em junho de 1969.       Ninguém tinha feito nada parecido até então, e uns intelectuais meio loucos fizeram um jornal que não perdoava, não aliviava nada de um governo ditatorial.    Tempos de censura, prisões, torturas, exílios... Tempos tão diferentes!!  Gentes tão diferentes...    Colecionei O Pasquim por alguns anos. Lá conheci Jaguar, Millor, Ziraldo e Hefil com seus Frandins.  Li entrevista cheia de palavrões com Leila Diniz,  Madame Satã, Ibraim Sued.      Era um jornal tão maluco que misturava sarcasmo de  Paulo Francis com poesia de Ferreira Gullar.       Penso que era o jornal mais bagunçado e querido daquela época.        Ficou no  coração e memória de quem esperava ansiosamente por ele nas bancas. Ansiedade feliz numa época tão triste. Um poema num jornal cheio de piadas? É como ...

Nascido em 24 de Outubro: Ziraldo, O Escritor Malucão do Menino Maluquinho

Ziraldo (1932) é um cartunista, desenhista, jornalista, cronista, chargista, pintor e dramaturgo brasileiro. É o criador do personagem de quadrinhos infantil “O Menino Maluquinho”. Foi um dos fundadores da revista humorística “O Pasquim”. Ziraldo Alves Pinto nasceu em Caratinga, Minas Gerais, no dia 24 de outubro de 1932. Seu nome vem da combinação dos nomes de sua mãe, Zizinha e o de seu pai Geraldo. Desde criança já mostrava seu talento para o desenho. Com seis anos teve um desenho seu publicado no jornal Folha de Minas. Estudou no Grupo Escolar Princesa Isabel. Em 1949 foi com a avó para o Rio de Janeiro, onde estudou por dois anos no MABE (Moderna Associação de Ensino). Em 1950 retornou para Caratinga e concluiu o científico no Colégio Nossa Senhora das Graças. Carreira  A carreira de Ziraldo começou na revista “Era Uma Vez”, quando fazia colaborações mensais. Em 1954, Ziraldo começou a trabalhar no jornal “Folha da Manhã” (hoje Folha de S. Paulo), desenhando em uma ...

Melhores Livros de Ziraldo

10 Melhores Livros de Ziraldo  O Menino Maluquinho - Essa é a história de um menininho traquinas, que tinha macaquinhos no sótão, deitava e rolava, fazendo confusão. Alegria da casa, liderava a garotada. Namorador, fazia versinhos, compunha canções, inventava brincadeiras. E fazia muita bagunça. Foi parar no cinema e na televisão e encantou gerações de brasileirosFoto: Melhoramentos Flicts - Tudo tem cor. O mundo é feito de cores, mas nenhuma é Flicts. Uma cor rara, frágil, triste, que procurou em vão um amigo entre outras cores, que não encontrou um lugar para ficar. Abandonada, Flicts olhou para longe, para o alto, e subiu, para finalmente encontrar-se.Foto: Melhoramentos O Bichinho da Maçã - Debaixo da madeira, os animais se reuniam para ouvir as mais incríveis histórias contadas com muita graça pelo bichinho que morava dentro da maçã. Infelizmente, o perigo um dia apareceu, e o Bichinho da Maçã nos conta como conseguiu safar-se, graças à sua inteligência....

O Menino Maluquinho - BiblioTheo

Era uma vez um menino maluquinho...   Se eu escrevesse pra criança, sempre começaria assim: era uma vez...   Essa frase tem poder  de remeter imediatamente à magia. Pelo menos comigo funciona.  Era uma vez... duas crianças que ganharam esse livro de Ziraldo.  Eram como o protagonista: travessos, simpáticos, enrolões, enchiam a casa e minha vida de alegria. Cresceram e, também como o Menino Maluquinho , ficaram pessoas legais.  Muito legais.  Muuuuuuuuuuuuuuuito legais, na verdade.   Esse livro tornou-se um clássico, que originou dois filmes (1995 e 1997) uma série em revista de quadrinhos.  Não assisti aos filmes nem acompanho mais os personagens. A linguagem o livro ficou ultrapassada logicamente.  Lá se vão muitos  anos do lançamento! Bem, continuando... Era uma vez, outra vez, meu netinho fofo... que nasceu 34  depois que Ziraldo escreveu o Menino Maluquinho. Ele tem o livro, é trave...

O Joelho Juvenal:BiblioTheo

     Tanto quanto um cãozinho ou um gato os livros são ótimas companhias para as crianças.     Qual é a criança que não tem curiosidade por aquelas páginas desenhadas?        Qual a delas não quer ouvir seguidas vezes a mesma história sem que o adulto leitor mude nenhuma linha da narrativa?        Qual a criança que não quer redesenhar (tudo bem, fazer garatujas) ou até mesmo recortar a história?   O Joelho Juvenal    Faz parte de uma serie  em que o autor fala de alguma parte do corpo.  Juvenal, é bem feliz. Pertence a um garoto que como toda criança, está sempre em movimento. é feliz como e com o menino.  Adora andar por aí e correr porque sente a brisa. O Joelho Juvenal conversa com o cotovelo.  Frequentemente fica esfolado vítima de alguma queda do garoto.  Nota que o menino cresceu quando perde a visão das coisas porque o me...

BiblioTheo, a biblioteca de meu neto.

O garotinho fofo com pés de dragão é meu netinho. Theo está perambulando no setor de livros infantis de uma grande livraria. Sim, para ele é um lazer e tanto ir a uma livraria.  Theo já é um leitor de respeito: tem livros com e sem ilustração, em papel e em madeira, de ler ou de montar, intacto ou avariado, pintado, rabiscado, em português, em inglês. Todos lidos e relidos diversas vezes. Todos decorados,   claro. Criança não é assim? Sabe as histórias nos mínimos detalhes, mas quer que conte e reconte... Já li para Theo O Joelho Juvenal, de Ziraldo que o pai dele também tinha e também leu um montão de vezes. Ziraldo está na BiblioTheo.   A BiblioTheo vai fazer parte do blog a partir de hoje. Coisa de vó. Babona e leitora .

Melhores Livros Infantis

Desde 2008, trago para o blog os  melhores livros infantis do ano, escolhidos pela Revista Crescer. Hoje vou deixar a listinha dos primeiros colocados de cada ano.  É uma reprise, eu sei.  Para comprar o livro clique no ano. 2008 A Menina das Estrelas, Ziraldo   2009 A Comilança , Fernando Vilela 2010 Girafas Não Sabem Dançar, Giles Andrade e Guy Parker-Rees 2011 O Livro Redondo, Caulos 2012 Animais, Arnaldo Antunes e Zaba Moreau 2013 -  Nesse ano eu esqueci de fazer a postagem 2014 Eloisa e os Bichos, Jairo Biutrago e Rafael  Yockteng 2015 O Nascimento de Celestine , Gabriele Vincent