Era o almoço do casamento da minha tia Lúcia com o tio Quim; almoço animado de gente da periferia, muitos compadres e comadres, tios e tias, primos distantes que apareciam para a confraternização. Para as crianças, o evento era uma chance formidável para brincar e fazer travessuras. Havia meninos de vários tamanhos, cores e temperamentos. Ajuntamento de menino não sai coisa que presta, sempre algum inventa alguma peraltice ou até mesmo uma maldade infantil. Na frente da casa havia uma cerca frágil e alguns pés de frutas cítricas. Foi ali que quatro meninos ficaram entrincheirados: Airton, Tonho, Gi e Noel. Entre as pequenas árvores fizeram o quartel-general e ficaram à espera de algum fato que rendesse alguma travessura. Nessas vilas suburbanas – rebarbas da cidade – vivem pencas de famílias paupérrimas, gente quase sem roupa, sem comida, sem saúde ... Sem o brilho da vida no olhar. Uma dessas criaturas de Deus se aproximou da casa de Dona Terezinha e ...