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Mostrando postagens com o rótulo assalto

A Caderneta Vermelha, Antoine Laurain.

O táxi a deixou na esquina do bulevar. Ela só precisava caminhar cinquenta metros para chegar em casa. A rua era iluminada pelos lampiões que coloriam as fachadas com reflexo laranja, mas ainda assim, como sempre lhe acontecia tarde da noite, ela ficou apreensiva. Olhou para trás e não viu ninguém. A luz do hotel, ali em frente, inundava a calçada entre dois arbustos plantados em vasos que delimitavam a entrada do hotel três estrelas. Ela parou diante do seu prédio, abriu o zíper do meio de bolsa para pegar o chaveiro com o controle remoto, e depois tudo aconteceu muito depressa. Uma mão segurou a alça, uma mão surgida do nada e pertencente a um homem moreno, vestido com uma jaqueta de couro. O medo levou apenas um segundo para atravessar todas as suas veias e subir até o coração, para ali explodir numa chuva gelada. Por reflexo, ela se agarrou à bolsa, o homem puxou e, encontrando resistência, pousou a mão sobre o rosto dela e empurrou a cabeça contra o metal da porta. A cadern...

Aniversariante do dia: Carlos Drumond de Andrade

Caricatura:www.william.com.br Miniversos 1 Tudo tem limite exceto  o amor de Brigitte. 2 Tevê colorida fará azul-rósea a cor da vida? 3 Última atração na areia do Leme: a tiro, mata-se a baleia. 4 Acabar com assalto a trens pagadores num momento: suprimindo trens e pagamento. 5 7 anos de idade. muro de Berlim é eternidade. 6 Biafra: A guerra come A safra de sua prória fome. 7 Separatismo espanhol: lado do escuro lado do sol. 8 Quem papa  a pílula poupa parto,papinhas porém perde perúsia. 9 Se o Papa ganha a Parada você me garante que a amazônia será povoada? 10 Às doenças mortais junta-se outra mais: transparente. 11 Estruturas: afinal serão reformadas com soldo integral? 12 Solução 100% (disse Deus) só ser for Presidente o Arigó. 13 Bruxuleia o ciro vocativo a Nossa senhora do Facultativo. 14 ...

O Assalto,Carlos Drummond de Andrade

Na feira, a gorda senhora protestou a altos brados contra o preço do chuchu: — Isto é um assalto! Houve um rebuliço. Os que estavam perto fugiram. Alguém, correndo, foi chamar o guarda. Um minuto depois, a rua inteira, atravancada, mas provida de um admirável serviço de comunicação espontânea, sabia que se estava perpetrando um assalto ao banco. Mas que banco? Havia banco naquela rua? Evidente que sim, pois do contrário como poderia ser assaltado? — Um assalto! Um assalto! — a senhora continuava a exclamar, e quem não tinha escutado, escutou, multiplicando a notícia. Aquela voz subindo do mar de barracas e legumes era como a própria sirena policial, documentando, por seu uivo, a ocorrência grave, que fatalmente se estaria consumando ali, na claridade do dia, sem que ninguém pudesse evitá-la. Moleques de carrinho corriam em todas as direções, atropelando-se uns aos outros. Queriam salvar as mercadorias que transportavam. Não era o instinto de propriedade que os impelia. S...