O homem chegou num fim de tarde de sábado, tipo cinco horas. O Moraes tinha inventado aquele dia de fazer uma moqueca mas, típico, perdeu o pique e a Ritinha teve que assumir. Moqueca atrasada, todo mundo faminto e quase de porre da cerveja na barriga vazia, um táxi Opala novo e de banho tomado para na estradinha de terra e me desce um cara de terno preto carregando um violão. Eu ri. Fazia um calor de melar cocaína, quase todo mundo no banho de mangueira, neguinho de sunga, Teresa Olho de Peixe, Baby e Pepita nuns deliciosos biquínis quase teóricos, de repente me desce do táxi a porra de um coroa de terno preto carregando um violão. De olhar, só olhar, pinicava o cocoruto. O táxi engatou uma ré e sumiu. Lembro de pensar, sujou, mas não deu tempo de ir longe na paranoia porque de repente o tempo parou. Sei lá quanto tempo o tempo ficou parado. Uma pausa de mil compassos do Paulinho, alguma coisa assim. O primeiro que abriu a boca foi outro Paulinho, o nosso...