Eis Dandara, alegria da rua,/que nasceu a assoviar,/quando virás por aqui/ver teus avós em Dacar?" João Cabral de Melo Neto o talentoso escritor pernambucano que falava e escrevia magro como ele próprio, era um avô! Não sei por que nunca liguei sua imagem à de um avô. Como se por tão econômico nas palavras devesse, da mesma forma, ser também nos afetos. Injustiça a minha. Avô, como diz minha irmã, é uma instituição. João Cabral era um avô!! Claro, um avô que escrevia, mas um avô. E como todos um babão. Sim, João Cabral de Melo Neto, esse ícone nacional, era um babão. Com grande felicidade leio que J.C, quando morava no Senegal, como embaixador do Brasil,fazia versos para a neta Dandara, a cada fotografia que recebia da garotinha. Vô encantado e saudoso, não sei se mais um ou outro, escreveu com letra miúda todo o carinho que tinha pela pequena de 2 anos. Quando já tinha razoável volume de fotos e textos, organizou e juntou tudo num álbum que ficou guardado como relíquia pe...