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Mostrando postagens com o rótulo Álvaro Moreyra

Nascido em 19 de novembro: Álvaro Moreyra.

Pena Dona Domitila, marquesa de Santos, eu gosto muito da senhora. O seu vestido foi o vestido mais bonito da nossa terra. Dona Domitila, marquesa de Santos, a senhora se vestiu de amor... Que pena não ter morrido moça, de cachos pretos, de olhos alegres. Que pena ter teimado em ficar velha, de vista cansada, de cabelos brancos, dona Domitila, marquesa de Santos... In: MOREYRA , Álvaro. Circo. Rio de Janeiro: Pimenta de Mello, 1929 Fonte: Escrit as. Imagem: Dominio Público

O Enterro de Sinhô, Manuel Bandeira

      J. B. SILVA, o popular Sinhô dos mais deliciosos sambas cariocas, era um desses homens que ainda morrendo da morte mais natural deste mundo dão a todos a impressão de que morreram de acidente. Zeca Patrocínio, que o adorava e com quem ele tinha grandes afinidades de temperamento, era assim também: descarnado, lívido, frangalho de gente, mas sempre fagueiro, vivaz, agilíssimo, dir-se-ia um moribundo galvanizado provisoriamente para uma farra. Que doença era a sua? Parecia um tísico nas últimas. Diziam que tinha muita sífilis. Certamente o rim estava em pantanas. Fígado escangalhado. Ouvia-se de vez em quando que o Zeca estava morrendo. Ora em Paris, ora em Todos os Santos, subúrbio da Central. E de repente, na Avenida, a gente encontrava o Zeca às três da madrugada, de smoking, no auge da excitação e da verve. Assim me aconteceu uma vez, e o que o punha tão excitado naquela ocasião era precisamente a última marcha carnavalesca de Sinhô, o famoso Claudionor… ...