Tento em vão, amor, encontrar a palavra que me engane nesta noite fria, como um inconformado que lavrara a terra infértil do vazio em que sofria E vazia nunca foste. Por que quisera eu, cheio de nada, conter tua euforia exasperante de menina? Quem dera sorrir meu cração como sorriste um dia!... Tua alegria, poente junto ao crepúsculo, amanhecia também como a fortaleza da alvorada; e estremeço cada músculo de meu corpo, em desespero, pela certeza que habita traiçoeira, no minúsculo verme que sou, a causa da tua tristeza. (Vencidas as Primaveras Insípidas - 2011)