Na manhã de um dia 16 de abril dos anos de 1940, o doutor Bernard Rieux sai do seu consultório e tropeça num rato morto no meio do patamar. Nesse momento, afastou o bicho sem lhe prestar atenção e desceu a escada. Chegando à rua, porém, veio-lhe a ideia de que esse rato não estava no seu lugar e voltou atrás para prevenir o porteiro. Perante a reação do velho Michel, sentiu melhor o que a sua descoberta tinha de insólito. A presença desse rato parecera-lhe apenas estranha, enquanto para o porteiro ela constituía um escândalo. A posição deste último era, aliás, categórica: não havia ratos em casa. Por mais que o médico lhe afirmasse que havia um no patamar do primeiro andar e, provavelmente, morto, a convicção de Michel permanecia íntegra. Não havia ratos na casa, e era, pois, necessário que tivessem trazido aquele de fora. Em resumo, tratava-se de uma partida. Nessa mesma noite, Bernard Rieux, de pé no corredor de edifício, procurava a...