Imagem: Regina Porto É um boy que masca chiclete para elefante, a julgar pelo vigor e pela amplidão mandibular a que essa mastigação o obriga. "Sra. Michel? , pergunta. E põe um embrulho entre minhas mãos. "Não há nada para assinar?", pergunto Mas ele já desapareceu. É um pacote retangular embrulhado em papel kraft amarrado com barbante, do tipo desses que se usam para fechar sacos de batatas ou para arrastar no apartamento uma rolha de cortiça com a finalidade de distrair o gato e obrigá-lo ao único exercício que ele consente. Na verdade, esse embrulho com barbante me faz pensar nas embalagens de seda de Manuela, pois, embora nesse caso o papel seja mais rústico que sofisticado, há no cuidado dispensado à autenticidade do embrulho algo similar e profundamente adequado. Note-se que a elaboração dos conceitos mais nobres se faz com base no trivial mais grosseiro. O belo é a adequação é um pensamento sublime surgido das mãos de um boy ruminante. Depois qu...