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Mostrando postagens com o rótulo Jeca Tatu

Urupês, conto de Monteiro Lobato

     Esboroou-se o balsâmico indianismo de Alencar ao advento dos Rondons que, ao invés de imaginarem índios num gabinete, com reminiscências de Chateaubriand na cabeça e a Iracema aberta sobre os joelhos, metem-se a palmilhar sertões de Winchester em punho.      Morreu Peri, incomparável idealização dum homem natural como o sonhava Rousseau, protótipo de tantas perfeições humanas que no romance, ombro a ombro com altos tipos civilizados, a todos sobrelevava em beleza d’alma e corpo.      Contrapôs-lhe a cruel etnologia dos sertanistas modernos um selvagem real, feio e brutesco, anguloso e desinteressante, tão incapaz, muscularmente, de arrancar uma palmeira, como incapaz, moralmente, de amar Ceci.      Por felicidade nossa – a de D. Antonio de Mariz – não os viu Alencar; sonhou-os qual Rousseau. Do contrário lá teríamos o filho de Arará a moquear a linda menina num bom braseiro de pau brasil, em vez de acompanhá-la em adoraçã...

Monteiro Lobato, Jeca Tatu e Biotônico Fontoura

     O Biotônico Fontoura que, quando eu era criança, foi apresentado como um componente que daria “fome de leão”, possui uma grande quantidade de curiosidades relacionadas ao seu surgimento, desenvolvimento e, até mesmo, exportação. Vamos a essa boa história!      O nome Biotônico Fontoura é uma homenagem ao seu criador, o farmacêutico Cândido Fontoura. Silveira. Segundo a lenda urbana mais conhecida, ele teria criado o fortificante para sua esposa, que reclamava muito de cansaço e do físico debilitado.      Com o sucesso de seu tônico, Cândido, com 25 anos fundou em São Paulo, no ano de 1910, uma fábrica/farmácia para produzir seu remédio em uma escala um pouco maior. Vale dizer que, no começo do século XX, era normal que cada farmacêutico produzisse seu próprio remédio, sendo meio que uma “assinatura” daquele profissional. O fármaco era, entre outras coisas, rico em ferro.      Diz a história que Cândido não tinha uma ideia ...

Crônica nossa de cada dia... Xico Sá

Troque o Celular Por Uma Galinha Gorda - Xico Sá        O glorioso inventor da ansiedade, Alexander Graham Bell(1847-1922),deve se arrepender até hoje da sua patente telefônica. (Como Santos Dumont, dândi brasileiro em Paris, que maldisse do seu próprio brinquedo ao vê-lo nos céus da guerra).Nestes tempos em que celular virou brinco, eternamente colado às "oiças" de madames, de moçoilas, de executivos e de modernos em geral, uma reflexão recente de dona Maria do Socorro, brava sertaneja, mãe deste que vos berra, vem como pílula mais do que apropriada: "Conheci teu pai, namorei, casei, engravidei de todos vocês, criei minha família, cuidei de tudo direitinho, graças a Deus não morreu nenhum... E nunca precisei dar ou receber um telefonema, nem unzinho mesmo!".      Mulher do sertão, que só pegou em um telefone depois dos 50 anos, anda revoltada com parentes e amigas que vivem grudados ao celular. "Tá todo mundo de pescoço torto, cabeça...