Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens com o rótulo fábulas

Fábula de Monteiro Lobato: A Assembleia dos Ratos

    Um gato de nome Faro-Fino deu de fazer tal destroço na rataria de uma casa velha que os sobreviventes, sem ânimo de sair das tocas, estavam a ponto de morrer de fome. Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembleia para o estudo da questão. Aguardaram para isso certa noite em que Faro-Fino andava aos mios pelo telhado, fazendo sonetos à Lua. - Acho - disse um eles - que o meio de nos defendermos de Faro-Fino é lhe atarmos um guizo ao pescoço. Assim que ele se aproxime, o guizo o denuncia e pomo-nos ao fresco a tempo. Palmas e bravos saudaram a luminosa ideia. O projeto foi aprovado com delírio. Só votou contra um rato casmurro, que pediu a palavra e disse: - Está tudo muito direito. Mas quem vai amarrar o guizo no pescoço de Faro-Fino? Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nó. Outro, porque não era tolo. Todos, porque não tinham coragem. E a assembleia dissolveu-se no meio de geral consternação.

A Coruja e a Águia, Monteiro Lobato

Coruja e águia, depois de muita briga, resolveram fazer as pazes.- Basta de guerra - disse a coruja. - O mundo é grande, e tolice maior que o mundo é andarmos a comer os filhotes uma da outra. - Perfeitamente - respondeu a águia. - Também eu não quero outra coisa. - Nesse caso combinemos isto: de agora em diante não comerás nunca os meus filhotes. - Muito bem. Mas como posso distinguir os teus filhotes? - Coisa fácil. Sempre que encontrarem uns borrachos lindos, bem-feitinhos de corpo, alegres, cheios de uma graça especial que não existe em filhotes de nenhuma outra ave, já sabes, são os meus. - Está feito! - concluiu a águia. Dias depois, andando à caça, a águia encontrou um ninho com três mostrengos dentro, que piavam de bico muito aberto. - Horríveis bichos! - disse ela. - Vê-se logo que não são os filhos da coruja. E comeu-os. Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar à toca, a triste mãe chorou amargamente o desastre e foi ajustar contas com a rainha das aves. - Quê? - disse est...

Fábulas de Esopo, segundo Millor Fernandes: A Raposa e as Uvas

      De repente a raposa, esfomeada e gulosa, fome de quatro dias e gula de todos os tempos, saiu do areal do deserto e caiu na sombra deliciosa do parreiral que descia por um precipício a perder de vista. Olhou e viu, além de tudo, à altura de um salto, cachos de uva maravilhosos, uvas grandes, tentadoras. Armou o salto, retesou o corpo, saltou, o focinho passou a um palmo das uvas.       Caiu, tentou de novo, não conseguiu. Descansou, encolheu mais o corpo, deu tudo o que tinha, não conseguiu nem roçar as uvas gordas e redondas. Desistiu, dizendo entre dentes, com raiva: ―Ah, também não tem importância. Estão muito verdes‖. E foi descendo, com cuidado, quando viu à sua frente uma pedra enorme. Com esforço empurrou a pedra até o local em que estavam os cachos de uva, trepou na pedra, perigosamente, pois o terreno era irregular, e havia o risco de despencar, esticou a pata e… conseguiu! Com avidez, colocou na boca quase o cacho inteiro. E cuspiu. Rea...

Fábulas de Millor Fernandes: A Causa da Chuva

      Não chovia há muitos e muitos meses, de modo que os animais ficaram inquietos. Uns diziam que ia chover logo, outros diziam que ainda ia demorar. Mas não chegavam a uma conclusão.       – Chove só quando a água cai do teto do meu galinheiro, esclareceu a galinha.       – Ora, que bobagem! disse o sapo de dentro da lagoa. Chove quando a água da lagoa começa a borbulhar suas gotinhas.       – Como assim? disse a lebre. Está visto que chove quando as folhas das árvores começam a deixar cair as gotas d’água que tem dentro.       Nesse momento começou a chover.       - Viram? gritou a galinha. O teto do meu galinheiro está pingando. Isso é chuva!       – Ora, não vê que a chuva é a água da lagoa borbulhando? disse o sapo.      – Mas, como assim? tornava a lebre. Parecem cegos? Não vêem que a água cai das folhas das árvores?  MORAL: ...

A Morte e o Lenhador, cordel

A MORTE E O LENHADOR Marcos Mairton   (adaptado da fábula de La Fontaine) Foi o francês La Fontaine Quem, certa vez, me contou A história de um homem Que pela morte chamou, Mas depois se arrependeu, Quando ela apareceu E perto dele chegou. Era um velho lenhador Que andava muito cansado Do fardo que, até então, Ele havia carregado. Um fardo que parecia Sempre e sempre, a cada dia, Mais incômodo e pesado. Estava velho e doente, Sentia o corpo doído. Maltratado pelo tempo, Seu semblante era sofrido. Seguia, assim, seu caminho, Atormentado e sozinho, Sempre sujo e mal vestido. Certa vez, ao fim do dia, Quando ia pela estrada, Para a choupana que então Lhe servia de morada, Foi obrigado a parar Um pouco pra descansar Da extensa caminhada. Trazia um feixe de lenha Que foi buscar na floresta. Largou a lenha no chão, Passou a mão pela testa, Maldizendo-se da sorte, Pensou: – É melhor a morte, Que uma vida que não presta. – Não consigo carregar Essa lenha tão pesada. Já não tenho mais ...

Você Conhece Outras Estátuas?

                 No dia internacional do livro infantil, disse  que A Pequena Sereia , personagem de Hans Andersen, tem estátua em Copenhague e perguntei no Facebook quais outros personagens de livros também tinham sido imortalizados dessa forma.  Aqui no Brasil, sei apenas de Iracema, personagem de José de Alencar.   Vamos ver o que tenho até agora. Aguardo mais informações.   A Pequena Sereia (Hans Andersen) Local: Copenhague, Dinamarca Escultor:Edvard Eriksen Data da inauguração: 1913 Conto adaptado para crianças da autoria de Hans Christian Andersen,sobre uma jovem  sereia  disposta a dar a sua vida nos mares e a sua identidade como  sereia , a fim de conseguir uma alma e o amor de um príncipe humano. A escultura passa por polêmica no país. Veja aqui Iracema (1) Jose de Alencar Local: Enseada do Mucuripe* - Fortaleza- CE Escultor: Corbiniano Lins ...

A Formiga Boa, Monteiro Lobato

      Houve uma jovem cigarra que tinha de chiar ao pé do formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento então era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.      Mas o tempo passou e vieram as chuvas. Os animais todos, arrepiados passavam o dia cochilando nas tocas.      A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em apuros, deliberou socorrer-se de alguém.      Manquitolando , com uma asa a arrastar, lá se foi para o formigueiro. Bateu - tic tic-tic...      Aparece uma formiga friorenta embrulhada num xalinho de paina .      - Que quer? - perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.      - Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu vivo ao relento.      A formiga olhou-a de alto a baixo.      - E que fez d...

Livros!! Para Conter Evasão em Escola

     Leitura na Sexta é o nome do projeto implantado pela coordenadora pedagógica Rita de Cássia Ferreira Santos   na cidade de Juazeiro - BA.      Rita da Cássia disse que tão logo assumiu a coordenação notou grande evasão às sextas-feiras.         Para tentar solucionar o problema contou com o apoio de Secretaria de Educação Municipal e implantou o projeto no salão de entrada do Colégio Municipal Paulo VI , o maior da cidade, que abriga hoje mais de 2 mil alunos dos ensinos fundamental e médio.            O projeto visa encantar  crianças até a 6ª série com a leitura de livros. Deu certo. Os espaços criados: "barraca da leitura" " tapete da leitura" "cantinho dos contos" "fábulas e cantigas de roda" " as letras viajantes " etc funcionam todas as sextas-feiras e já atende a aproximadamente 500 alunos. Leitura e outros instrumentos pedagógicos tê...

A Coruja Que Era Deus, James Thurker

     Era uma vez numa meia noite sem estrelas uma coruja que estava numa galho  de um carvalho. Duas toupeiras, em silêncio, tentavam passar despercebidas.     -Vocês! disse a coruja ?    -Quem ? responderam com voz trêmula, de medo e de pasmo, porque não podiam acreditar que alguém pudesse ver naquela noite escura.    -Vocês duas! disse a coruja. As toupeiras fugiram correndo e disseram às outras criaturas do campo e da floresta que a coruja era o maior e mais sábio de todos os animais porque podia ver no escuro e responder a qualquer pergunta.     -Quero ver isso!", disse uma serpentário, e chamou a coruja uma noite quando estava muito escuro. - Quantas patas estou levantando?", perguntou o serpentário.    -Duas, disse a coruja, e estava certo.    -Pode você dar-me outra expressão que signifique 'ou seja' ou 'isto é'?" ,perguntou o serpentário.     -"a saber", d...