De repente a raposa, esfomeada e gulosa, fome de quatro dias e gula de todos os tempos, saiu do
areal do deserto e caiu na sombra deliciosa do parreiral que descia por um precipício a perder de vista. Olhou e viu, além de tudo, à altura de um salto, cachos de uva maravilhosos, uvas grandes, tentadoras. Armou o salto, retesou o corpo, saltou, o focinho passou a um palmo das uvas.
Caiu, tentou de novo, não conseguiu. Descansou, encolheu mais o corpo, deu tudo o que tinha, não conseguiu nem roçar as uvas gordas e redondas. Desistiu, dizendo entre dentes, com raiva: ―Ah, também não tem importância. Estão muito verdes‖. E foi descendo, com cuidado, quando viu à sua frente uma pedra enorme. Com esforço empurrou a pedra até o local em que estavam os cachos de uva, trepou na pedra, perigosamente, pois o terreno era irregular, e havia o risco de despencar, esticou a pata e… conseguiu! Com avidez, colocou na boca quase o cacho inteiro. E cuspiu. Realmente as uvas estavam muito verdes!
Moral: a frustração é uma forma de julgamento como qualquer outra.
(Millôr Fernandes. Fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: Nórdica, 1991. p. 118.)
A Raposa e as uvas - fábula de Esopo.
Era um dia morno de verão e uma raposa passeava aproveitando a luz do sol, até que passou por uma videira.
Cachos suculentos de uvas estavam pendurados, prontos para serem retirados e comidos.
A raposa estava com sede, e quando viu as uvas, ficou com vontade de come-las na mesma hora.
Ela andou alguns passos para trás e depois deu impulso e pulou para cima e quase conseguiu alcançar um cacho de uvas. “Vou tentar de novo,” pensou a raposa. Ela deu alguns passos para trás, contou até três, correu e pulou novamente, mas ainda assim não conseguiu pegar as uvas.
“Terceira vez, dessa vez vou ter mais sorte!”, disse a raposa e pulou pela terceira vez. Mas ainda não conseguiu alcançar. E ela tentou mais uma vez, e mais outra e mais outra, e foi assim até que ela ficou muito cansada sem conseguir pular mais.
A raposa pensou um pouco, colocou seu focinho no ar e disse para si mesma, “Sabe de uma coisa, essas uvas estão azedas mesmo! Tenho certeza!”. Não é fácil gostarmos do que não podemos conseguir.
Moral da fábula A Raposa e as Uvas
Quando não ficamos atentos às nossas atitudes, perdemos a chance de observar e corrigir nossos pontos fracos e desvios de caráter. Além disso, às vezes as pessoas preferem se enganar a aceitar suas próprias limitações, perdendo oportunidades preciosas de corrigir suas falhas. (Fonte:
Portal das Missões)
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