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Mostrando postagens com o rótulo cultura

O Que Estou Lendo?

     É provável que nunca na história tenham sido escritos tantos tratados, ensaios, teorias e análises sobre a cultura como no nosso tempo. O fato é ainda mais surpreendente porque a cultura, no sentido tradicionalmente dado a esse vocábulo, está prestes a desaparecer em nossos dias. E talvez já tenha desaparecido, discretamente esvaziada de conteúdo, tendo sido substituído por outro, que desnatura o conteúdo que ele teve. (pág. 11) ... Otávio Paz indicou com exatidão o caráter efêmero, imediatista, das ações ( ou melhor, simulacros) dos políticos contemporâneos: "Mas a civilização do espetáculo é cruel. Os espectadores não têm memória;  por isso também não têm remorsos nem verdadeira consciência. Vivem presos à novidade, não importa qual, contanto que seja nova. (pág. 45) É certo que as massas acorrerão  para contemplar, ainda que nariz tapado, as obras do jovem Chris Ofili, de 29 anos, aluno do Royal College os Art, astro de sua geração,  segundo um crí...

Nascida em 3 de maio: Nélida Piñon

Nélida Piñon termina novo livro, protesta contra a censura e diz que o espírito e a unidade do país podem se perder A escritora Nélida Piñon teme que o Brasil perca a sua essência nos conflitos que vive atualmente e manda um recado ao poder: “É preciso que Brasília entenda, o Estado brasileiro, a Presidência entendam que o Brasil já avançou muito na sua história para retroceder.” A reação vem contra o ambiente de censura que reaparece e que ela conhece bem. Diz que é uma “audácia” censurar Machado de Assis. “É tentar arrancar o Brasil do seu próprio mapa.” Certa vez, Nélida foi a Brasília levar pessoalmente o recado contra a censura. Foi em 25 de janeiro de 1977 e o destinatário era o então ministro da Justiça Armando Falcão. Foi o “manifesto dos mil”, com 1.047 assinaturas, escrito por várias mãos, inclusive as dela, depois de um encontro de escritores no ano anterior. O movimento foi articulado para ser um ato forte contra o que estava impedindo a publicação de inúmeros livros....

Cultura, Arnaldo Antunes.

O girino é o peixinho do sapo. O silêncio é o começo do papo. O bigode é a antena do gato. O cavalo é o pasto do carrapato. O cabrito é o cordeiro da cabra. O pescoço é a barriga da cobra. O leitão é um porquinho mais novo. A galinha é um pouquinho do ovo. O desejo é o começo do corpo. Engordar é tarefa do porco. A cegonha é a girafa do ganso. O cachorro é um lobo mais manso. O escuro é a metade da zebra. As raízes são as veias da seiva. O camelo é um cavalo sem sede. Tartaruga por dentro é parede. O potrinho é o bezerro da égua. A batalha é o começo da trégua. Papagaio é um dragão miniatura. Bactéria num meio é cultura. ( in Antunes, Arnaldo,"Nome" São Paulo.BMG Ariola Discos,1993)

Cristóvão Tezza - pequena entrevista.

Uma conversa com Cristovão Tezza entrevistado por Aleph Ozuas ,Daniel Serravale e Sigval Schaitel     Ciberarte: Vários escritores já estão desenvolvendo trabalhos na Internet - Stephen King, que lançou seu livro na rede, também João Ubaldo Ribeiro ou Mário Prata. Qual a sua relação e da sua produção como escritor com a Internet?   Tezza: A Internet é um caminho. No Brasil a distribuição e venda do livro está na pré-história. As livrarias são um horror. Normalmente o livro é caríssimo, da editora ao consumidor tem um custo da distribuição e do atravessador . Quando você compra pela Internet, fica muito mais barato, você corta esse custo. É um espaço tanto para vender, para viabilizar o objeto livro (do que as livrarias tradicionais não estão dando conta), quanto como uma nova mídia. Até uma maneira assim de ficção científica, em que você encomenda o livro e ele é impresso especialmente para você. O livro é feito sob demanda, não existe mais estoque e barateia bruta...