Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens com o rótulo A moça tecelã

A Moça Tecelã, Marina Colasanti

      “Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear. Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.  Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava. Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela. Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza. Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente ...

A Moça Tecelã, Marina Colassanti

      Acordava ainda no  escuro, como  se ouvisse o  sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao  tear.     Linha clara, para começar o  dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o  horizonte.     Depois lãs mais vivas, quentes iam  tecendo hora a hora, em  longo tapete que nunca acabava.     Se era forte demais o  sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão meais felpudo. Em  breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um  fio  de prata, que em pontos longos rebordava sobre o  tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.     Mas se durante muitos dias o  vento e o  frio brigavam com  as folhas e espantavam os  pássaros, bastava a moça tecer com...