Recife. Campo das Princesas. Lá tropecei com um baobá. Crescido em frente das janelas do governador que sempre há. Aqui, mais feliz, pode ter úmidos que ignora o Sahel; dá-se em copudas folhas verdes que dão nossas sombras de mel Faz de jaqueiras, cajazeiras, se preciso, de catedral; faz de mangueiras, faz de sombra que adoça nosso litoral. 2 Na parte nobre do Recife, onde seu rebento pegou, vive, ignorado do Recife, de quem vai ao governador. Destes nenhum pensou (se o viu) que na África ele é cemitério: se no tronco desse baobá enterrasse os poetas de perto, criaria, ao alcance do ouvido, senado sem voto e discreto: onde o sim valesse o silêncio. Imagem: OxeRecife