Recife. Campo das Princesas.
Lá tropecei com um baobá.
Crescido em frente das janelas
do governador que sempre há.
Aqui, mais feliz, pode ter
úmidos que ignora o Sahel;
dá-se em copudas folhas verdes
que dão nossas sombras de mel
Faz de jaqueiras, cajazeiras,
se preciso, de catedral;
faz de mangueiras, faz de sombra
que adoça nosso litoral.
2
Na parte nobre do Recife,
onde seu rebento pegou, vive,
ignorado do Recife,
de quem vai ao governador.
Destes nenhum pensou (se o viu)
que na África ele é cemitério:
se no tronco desse baobá
enterrasse os poetas de perto,
criaria, ao alcance do ouvido,
senado sem voto e discreto:
onde o sim valesse o silêncio.
Imagem: OxeRecife
Lá tropecei com um baobá.
Crescido em frente das janelas
do governador que sempre há.
Aqui, mais feliz, pode ter
úmidos que ignora o Sahel;
dá-se em copudas folhas verdes
que dão nossas sombras de mel
Faz de jaqueiras, cajazeiras,
se preciso, de catedral;
faz de mangueiras, faz de sombra
que adoça nosso litoral.
2
Na parte nobre do Recife,
onde seu rebento pegou, vive,
ignorado do Recife,
de quem vai ao governador.
Destes nenhum pensou (se o viu)
que na África ele é cemitério:
se no tronco desse baobá
enterrasse os poetas de perto,
criaria, ao alcance do ouvido,
senado sem voto e discreto:
onde o sim valesse o silêncio.
Imagem: OxeRecife
Olá eu sou Paula estou no 6°ano e isso mim ajudou pra fazer um poeta do João Cabral de Melo Neto na aula de artes
ResponderExcluirOlá, que bom, Paula, que o blog lhe ajudou. Aqui tem mais textos dele. É só procurar por João Cabral de Melo Neto no blog que você encontra. Abraço.
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