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Mostrando postagens com o rótulo vergonha

Eva Tinha Celulite? crônica de Antonio Prata

     Quando Deus criou Adão e Eva, os fez meio tapados. Colocou os dois peladões naquele enorme jardim e disse: "Ó, fiquem aí, numa boa. Podem comer todos os frutos, nadar nos rios, fazer o que der na telha, menos uma coisa: comer do fruto daquela árvore ali". Se eles comessem o tal fruto, perderiam a inocência e descobririam outras atividades interessantes para se fazer pelados, além de comer pitangas e tomar banhos de cachoeira.      Como se sabe, a cobra ofereceu a fruta a Eva, que a mordeu e deu para Adão ( a fruta, que fique bem clato). Assim que os dois comeram, perceberam que estavam nus e se envergonharam. Cobriram-se com folhas de parreira e uma semana depois, em todas as bancas do Jardim do Éden, podia-se ler na capa de primeira revista feminina da história: "10 maneiras hipertransadas de usar folhas de parreira para arrasar nesse verão!" ( se você achou "hipertransadas"e "arrasar" meio ridículo, lembre-se de que a edição e de milhões d...

Parada, Antonio Prata

     Olha lá a tia Olga e o Zequinha. A mãe falou que a tia Olga disse que o Zequinha tá indo mal na escola por causa da maconha que ela achou no bolso da calça que ele esqueceu e mandou lavar, mas eu acho que é besteira da tia Olga. O Zezinho sempre foi mal na escola porque ele é muito burro. Nossa, o Zequinha é muito burro. Ihhh, já desconcentrei de novo! Mas também tudo bem porque a gente não tá nem na avenida central ainda. Se bem que o seu Orestes falou que não importa que eu toque só no final, que nós somos uma banda e todo mundo tem que estar o tempo todo atento e não só na sua parte. Mas eu só preciso prestar atenção mesmo quando cantarem "e o sol, poente no horizonte". Quando falar "e o sol,/ poente no horizonte", o Pedrão faz o pam-pam-pam/pam/pam, na tuba e eu lá: plá!, mando ver nos pratos! Beleza. Ontem na casa de Pedrão, a gente treinou a tarde inteira e dava certo. A irmã dele cantava "e o sol, poente no horizonte", ele mandava o pam-pam-pam...

Ocasiões de Ficar Calado, Fernando Sabino

– Como vai indo seu marido, que há tanto tempo não vejo? – Meu marido morreu há dois anos, o senhor não sabia? Cumprida a primeira parte da gafe, saio impávido para a segunda: – Que coisa terrível, eu não sabia! Me desculpe, mas andei viajando… E não tendo mais o que dizer, repito para o cavalheiro que a acompanha: – Terrível, não acha? Mas ele não pensa assim: – Não acho não: sou o atual marido dela. A consciência de que a gafe em geral se compõe de duas partes distintas. Ficar sempre na primeira, jamais tentar consertar. Ao contrário da Loteria Federal, não insista, desista! Eis o que eu, empedernido praticante, tenho a aconselhar aos meus companheiros de infortúnio. A gafe é vertiginosa e se faz anteceder de uma espécie de aviso, antecipa-se na sensação de que caminhamos no ar, como num desenho animado: – Como foi bom encontrar você! Eu já estava achando esta festa chatíssima. Vamos embora daqui? – Não posso, sou a dona da casa. Ou esta outra, mais comum ainda: – Com aquela mulher ...

Chuva de Honestidade, Flávio Leandro.

Hoje a segunda-feira poética traz uma música  que conheci recentemente e que é um retrato do Nordeste. Vejam o vídeo com a letra. Clique na imagem Add a playlist Tamanho A