A Menina traz o bilhete do colégio: reunião das mães na quinta-feira. Assunto: tratar da primeira comunhão da turma B-74. As circunstâncias da vida - ou, segundo o poeta Drummond, os balanças da vida - haviam-no reduzido a um estado híbrido: pai e mãe ao mesmo tempo. Não há de ser nada, pensou ele, já houve tempo pior, quando a garota precisava ir ao banheiro do cinema e ele não podia levá-la ao reservado dos homens, e, em compensação, não podia entrar no sagrado átrio das mulheres. O jeito era levar a guria até a porta e recomendá-la a alguma ocupante potencial e responsável. Esse tempo passara, felizmente, e a garota agora sabia se virar sozinha nessas e outras encruzilhadas, mas aí estava o inesperado: a primeira comunhão. O consentimento já fora dado, por escrito, mas isso não basta...