Não havia dúvida: o pobre Canuto estava completamente doido. A princípio, foram uns acessos profundos de melancolia, um desejo de andar metido pelos cantos, com a cara para o lado da parede. Como se o mundo não lhe importasse para mais nada, contemplando as unhas, sorrindo. Vieram depois o monólogos, os longos monólogos incoerentes, em que ele não dizia coisa com coisa, até que um dia ficou furioso, quebrou pratos e garrafas, escangalhou um velho relógio d e armário e, descendo ao terreiro da fazenda, espancou um moleque, matou algumas galinhas, e espojou-se no chão, às gargalhadas! A família fechou-se toda num quarto, aos gritos. Foram os pretos que subjugaram o doido e conseguiram metê-lo num pardieiro arruinado, que havia sido senzala noutro tempo, e amarrá-lo solidamente a uma viga. Imagine-se a aflição do obre Miranda, o velho fazendeiro, com o filho doido – um filho querido, rapaz inteligentíssimo, que concluíra o te...