De noite a ilha é quietude, O som do mar só na beira, O continente à distância, E a luz de alguma traineira. Pra iluminar só candeira, Estrela, lua ou fogueira, E em noite de tempestade O branco da cachoeira. Ali gerei minha filha E fiz cantiga praieira. Ali vivi como nunca A cor da minha bandeira. Ali senti que, bem antes De alguém cruzar a fronteira, Devia ser mais que o Éden A imensidão brasileira - Paulo César Pinheiro, no livro "Clave de sal – poemas de mar". Gryphus, 2003