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Mostrando postagens com o rótulo Orgulho

Confidência de Um Itabirano, Carlos Drummond de Andrade

Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferro nas calçadas. Oitenta por cento de ferro nas almas. E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação. A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes. E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce herança itabirana. De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço: esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil, este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas; este orgulho, esta cabeça baixa... Tive ouro, tive gado, tive fazendas. Hoje sou funcionário público. Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói! Imagem: sobrado onde C.D.A viveu até os 13 anos de idade.

Dos Grilhões do Orgulho Me Soltei, César Feitoza

Dos grilhões do orgulho me soltei E refiz meu amor na humildade O amor, muitas vezes, inocente Perambula e margeia em vis veredas Suas cabaças de mel ficam azedas E azedam o coração da gente O orgulho nos torna indiferente Arrogância nos toma e vira lei Contra a espada da empáfia então lutei Pra tornar meu viver felicidade Dos grilhões do orgulho me soltei E refiz meu amor na humildade O orgulho destrói e desagrega Apodrece o melhor dos sentimentos E nos faz esquecer os bons momentos Envenena e a, si mesmo, ele renega Pelo mar do rancor ele navega Nesse mar de engano eu naveguei E enganado pensava que era rei Mas fui bobo da corte na verdade Dos grilhões do orgulho me soltei E refiz meu amor na humildade Ser humilde não é ser alienado, Baixar sempre a cabeça pro que vem É pensar muito, muito mais além Ter a serenidade do seu lado Ser humilde é sentir-se magoado E não guardar pra si como guardei Arriscar um amor como arri...