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Mostrando postagens com o rótulo Álvaro de Campos

Esperança, poema de Álvaro de Campos

  Dá-me lírios, lírios, E rosas também. Mas se não tens lírios Nem rosas a dar-me, Tem vontade ao menos De me dar os lírios E também as rosas. Basta-me a vontade, Que tens, se a tiveres, De me dar os lírios E as rosas também, E terei os lírios — Os melhores lírios — E as melhores rosas Sem receber nada. A não ser a prenda Da tua vontade De me dares lírios E rosas também. (Poema sem atribuição e com data) Poema de canção sobre a esperança   I. Em ‘Poemas de Álvaro de Campos: Heterônimo de  Fernando Pessoa . Texto Integral’. Visite o blog: Suzanavalenca.com

Poema em Linha Reta - Álvaro de Campos

Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, Indesculpavelmente sujo. Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas, Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, Que tenho sofrido enxovalhos e calado, Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda; Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel, Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes, Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar, Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado Para fora da possibilidade do soco; Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas, Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo. ...

Fernando Pessoa, O que gosto dele?

Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, Não há nada mais simples. Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte. Entre uma e outra todos os dias são meus. Fernando Pessoa/Alberto Caeiro; Poemas Inconjuntos; Escrito entre 1913-15; Publicado em Atena nº 5, Fevereiro de 1925 Livro Errante, não pretende "homenagear" Fernando Pessoa. Tudo já foi feito em todos os lugares e sempre, principalmente em seus muitos aniversários de morte e nascimento.        Então, já que os quatro,Alberto Caeiro,Ricardo Reis Álvaro de Campos capitaneados por Fernando Pessoa, tomaram para si todos os dias que vão de 13 de junho (1888 nascimento em Lisboa) até 30 de novembro (1935, morte em Lisboa), vamos também tomar este espaço, sem data para terminar. Coloque aqui, o que você gosta tanto desse múltiplo e tão fantástico português amado por todos.