Alma penada Não cobri espelhos, não acendi velas Não recolhi fotos, não fiz orações, nem vigília ou velório. Não encaminhei sua alma Não chamei padre, rabino, pastor ou mulá. Não queimei incenso: pois você detestava; mas li para você uma poesia de adeus, de partida e voltei para casa, amortecida. Metade de mim, você levou. Impostora, a que ficou, vagou por aí. Davam-me por viva, imagine... Alma penada que sou. Em: Vozes do Luto: a dor de quem fica . Organização e Ediçao: Monique Machado, Rio de Janeiro, Do livro não me livro, 2024, pág. 132