Deu o que falar, na praia. Ele um homem maduro (ou"podre", como diria a mulher, quando pediu o divórcio), ela uma menininha. Mas como ele resistiria, se a primeira coisa que a menininha disse para ele foi: - Posso arruinar a sua vida? Não "quer me namorar?", ou "topas?" ou "tem horas aí, tio?", mas: - Posso arruinar a sua vida? Ele teve que pensar muito numa resposta, quase um minuto. No fim só disse: - Arruinar, como? E ela: - A escolha é sua. Paramos por aqui, ou continuamos. Você diz "não" e eu vou embora, ou você diz sim e eu arruíno a sua vida. Ele riu, tentando acertar o tom. Superior, condescendente, tipo "quié isso, garota, eu podia ser o seu pai". Mas saiu forçado. Ela tinha o quê? Dezessete anos. Talvez menos. O biquíni era daqueles amarradinhos do lado. -Arruína, como? - Ruína completa. Escândalo. Você sai de casa. Nós vamos morar juntos. Em um mês ou dois eu provavelmente deixo você. Você vai at...