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A Elegia do Outono, Olegário Mariano

No bailado das folhas amarelas Velhinho trêmulo e setuagenário Rico se sensações e de lendas singelas, O outono aí vem...  Segundo reza o calendário. Aí vem de novo o céu nevoento... As árvores já estão tristes e pensativas: O outono deve atuar no sentimento Das crianças vibráteis e emotivas. A alma de poeta que ama o silêncio e o abandono Num reflexo diluído de ametistas, Vendo e sentindo o outono, Canta felicidades nunca vistas. O outono aí vem sonâmbulo...Trescala Com ele um cheiro novo de folhagem. O outono é humano, o outono fala Pelo gesto indeciso da paisagem... Não há sol. A neblina passa rente Da superfície azul da água estagnada. As folhas cantam comovidamente Canções de notas verdes pela estrada... E vão morrer depois fracas e débeis Contorcidas em gestos de ansiedade... Vendo-a, afino as cordas flébeis Da minha extrema sensibilidade. O outono lembra frases murmuradas Ao ouvido de alguém num gesto lento: Levou o outono as tuas mãos fanada...