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Mostrando postagens com o rótulo revolução

Primeiro Amor, Isaac Bábel

Parque Shevchenko, Odessa      Aos dez anos de idade, me apaixonei por uma mulher chamada Galina Apollónovna. Seu sobrenome era Rubtsova. O marido, um oficial, foi para a guerra do Japão e voltou em outubro de 1905. Trouxe muitas arcas. Nas arcas, havia coisas chinesas: biombos, armas valiosas, ao todo trinta pud.* Kuzmá nos dizia que Rubtsov tinha comprado aquelas coisas com o dinheiro que ganhou no serviço militar, na direção do setor de engenharia do Exército da Manchúria. Além de Kuzmá, outras pessoas diziam a mesma coisa. Era difícil não ficar fofocando sobre os Rubtsov, porque eles eram felizes. Sua casa era encostada no nosso terreno, sua varanda envidraçada avançava numa parte de nossa propriedade, mas o papai não brigava com eles por causa disso. Rubtsov, fiscal tributário em nossa cidade, tinha reputação de homem honesto e se dava bem com os judeus. Quando o oficial, seu filho, voltou da guerra do Japão, todos vimos como eles viviam felizes e como eram amigos....

O Que Estou Lendo: Noite Em Caracas, Karina Sainz Borgo

Segunda capa do livro Noite em Caracas. É uma morte alegórica e política. As sociedades regidas por ditadura têm um poder que devora os indivíduos, não há melhor definição disso”, explica Karina. “Às vezes digo que nunca saí porque minha cabeça permanece ali. Mas saí porque fui desenraizada, já não pertenço a lugar nenhum. " "Temos um país que expulsa seus netos, persegue as pessoas. O desenraizamento dessa geração, o medo e a ansiedade te fazem sentir culpado.” A escritora se sentiu por muitos anos sem direito de falar sobre seu país. E, por isso, pede um olhar cuidadoso aos leitores, sem julgamentos. “Não é um livro político, é literatura. O que eu fiz foi falar de coisas terríveis. Eu quero que gere empatia, mas um autor não consegue controlar o que seu livro provoca.” Seu romance mistura personagens de diferentes países da América Latina porque, para ela, é um problema que extravasa as fronteiras da Venezuela. “É vital falar sobre os ciclos autoritários da América Latina....

Internauta comenta: Viagem ao Crepúsculo, Samarone Lima

Samarone Lima      É um livro sobre a vida cotidiana em Cuba nos dias atuais.. O autor fez uma viagem á Ilha em 2009 e se depara com uma realidade bem diferente daquela expressa por setores da esquerda brasileira. Samarone resolve então escrever um livro com entrevistas de cubanos, que lutam duramente pela sobrevivência. Não foi preciso teorizar, pois a realidade falou por si só. E o que vemos é uma realidade muito triste. A carência de bens de consumo muito grande. E a renda é insuficiente para sobrevivência: cerca de $ 10 dólares mensais. Quem tem parentes nos Estados Unidos e recebe ajuda aí o padrão de vida melhora consideravelmente. Em Cuba nada funciona sem o suborno, propina. É a lei da selva. Algo me surpreendeu: quando o cubano conhece e confia no visitante aí despeja suas mágoas, fazendo profundas queixas sobre a ditadura dos irmãos Castro.            Teve um depoimento de um velho que foi comove...