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Mostrando postagens com o rótulo Dedicatória

A Mulher e o Reino, de Ariano Suassuna para D.Zélia Suassuna

Oh! Romã do pomar, relva, esmeralda, olhos de Ouro e azul, minha Alazã! Ária em cordas de Sol, fruto de prata, meu chão e meu anel , Céu da manhã! Ó meu sono, meu sangue, dom e coragem, água das pedras, rosa e belveder! Meu candeeiro aceso da Miragem meu mito e meu poder, minha Mulher! Diz-se que tudo passa e o Tempo duro tudo esfarela: o Sangue há de morrer! Mas quando a luz me diz que esse Ouro puro se acaba por finar e corromper, meu sangue ferve contra a vã Razão E pulsa seu Amor na escuridão!

Dedicatória (3) Aos Outros Rios, Ao Mar, Luciano Maia

Aos Outros Rios Também aos grandes rios forasteiros Iracema- Lagoa de Messejana Alguns dos quais embora tão distantes. Aos seus filhos e pais, desde os ribeiros Menores aos caudais mais importantes. Aos nordestinos rios, companheiros De dias parcos, tempos lancinantes Aos que mostram ao sol suas areias As hídricas palavras destas veias. Ao Mar Enfim, ao mar da terra de Iracema Que acolhe estas águas irrisórias Dedico o meu atávico poema (sincero contributo das memórias dos sertanejos lídimos da gema) E aos vaqueiros-do-mar, estas estórias Estes versos de múltiplo elemento: De terra e fogo e água e sol e vento. In: Maia, Luciano, Jaguaribe Memória das Águas, Governo do Estado do Ceará 2010 Leia também: Dedicatória 1 aos cantadores e aos repentistas e Dedicatória 2 Autor do modelo guia da estátua: artista plástico Alexandre Rodrigues

Dedicatória (2): Aos Bichos, Às Nuvens, Aos Rios-Irmãos, Luciano Maia

Aos Bichos Ao bicho triste (pé de arribação) À acauã que canta o triste fado À juriti, ao pássaro carão À asa-branca, ao sabiá, ao gado Que bebe o rio-ausente do verão Em cantigas de aboio represado. A todos os viventes dos caminhos Reverberadas pelos passarinhos. Às Nuvens Ás andarilhas nuvens tropicais Que recebem do solo vaporoso As águas em conúbios vesperais E retornam (nem sempre) ao sequioso País das pedras intertemporais Nalgum velado encontro, em breve pouso Dedico (na esperança de revê-las) Este canto de amor sob as estrelas. Aos Rios-Irmãos Aos rios do Ceará, principalmente Os do sertão sedento que não vão Muito longe da terra seca e quente Onde resiste o deserdado irmão Preso a um fio d´agua sucumbente Que o amarra à sina deste chão Mas que ao tempo do solo lavradio É a mais doce vazante do meu rio. In: Maia, Luciano, Jaguaribe Memória das Águas, Governo do Estado do Ceará 2010 Imagem: Assembleia legislativa do estado do Ceará Leia ta...

Dedicatória (1), Luciano Maia

Aos Cantadores Aos poetas duendes do Sertão reinventores mágicos da lenda mestre Vitalino recontada nas noites de clarão (barco-viola aos remos da contenda seguindo a correnteza do refrão) na torrente da rima, em cuja senda desliza o meu poema de alma andeja neste rio de verve sertaneja. Aos Retirantes Dedico o meu poema a este povo peregrino habitante dos caminhos que depois de morrer nasce de novo ressurgido das sombras, dos espinhos. Dedico este meu canto em que não louvo o sem-rumo dos rastros ribeirinhos mas a força telúrica do rio e a sangria assassina denuncio. Imagem retirantes: Cristina turma 413 In: MAIA, Luciano, Jaguaribe Memória das Águas, SCJCC e Governo do Estado de Ceará , 2007. Leia também: Dedicatória 2  

Primeiro seguidor errante

     Meu primeiro seguidor foi Fred Matos, de quem eu havia lido Melhor que a Encomenda. Não lembro como já havia feito contato com ele, só sei que tão logo o Blogger disponibilizou tags para seguidores, ele chegou.       Fiquei muito feliz, claro. Eu já conhecia o blog que Fred Matos mantém e babava com as fotos com que ilustra suas postagens.  Além de Melhor Que A Encomenda , ganhei dele Anomalias   que estão disponíveis para empréstimo.       Uma vez, paguei um mico!!! Vou contar.      Escolhi um conto do autor e copiei todinho no blog, feliz da vida com o que tinha feito porque gostei do texto, achava que ia agradar.  No outro dia, de manhã, encontrei um email onde Fred, gentilíssimo, informava que na minha postagem havia uns "errinhos" de digitação e, por essa razão, me enviava anexo o texto correto. Fiquei intrigada e fui ver.  Morri de vergonha: estava cheio de erro de digi...

Hoje é dia de Rachel de Queiroz:

Louvada Manuel Bandeira  para Rachel de Queiroz Louvo o Padre, louvo o Filho, O Espírito Santo louvo. Louvo Rachel, minha amiga, Nata e flor do nosso povo. Ninguém tão Brasil quanto ela, Pois que, com ser do Ceará, Tem de todos os Estados, do Rio Grande ao Pará. Tão Brasil: quero dizer Brasil de toda maneira - Brasília, brasiliense, - Brasiliana, brasileira. Louvo o Padre, louvo o Filho, O Espírito Santo louvo. Louvo Rachel e, louvada Uma vez, louvo-a de novo. Louvo a sua inteligência, E louvo o seu coração. Qual maior? Sinceramente, Meus amigos, não sei não. Louvo os seus olhos bonitos, Louvo a sua simpatia. Louvo a sua voz nortista, Louvo o seu amor de tia. Louvo o Padre, louvo o Filho, O Espírito Santo louvo. Louvo Rachel, duas vezes Louvada, e louvo-a de novo. Louvo o seu romance: O Quinze E os outros três; louvo As Três Marias especialmente, Mais minhas que de vocês. Louvo a cronista gostosa. Louvo o seu teatro: Lampião E a nossa Beata ...

Réquiem Para Rachel de Queiroz, Murilo Melo Filho

Réquiem para Rachel de Queiroz  *       Cearense de Fortaleza, Rachel de Queiroz nasceu no dia 17 de novembro de 1910. E morreu no dia 4 de novembro, portanto às vésperas de completar 93 anos. Ao longo destes anos, tão bem vividos, ela foi sempre uma admirável escritora, que ainda há pouco tempo lançou o livro Tantos anos, escrito a quatro mãos com a irmã Maria Luíza. “Sem ela, não haveria livro, que me arrancou à força. Trabalhamos juntas durante quatro anos, ela me perguntando e eu respondendo”, contava a autora de livros consagrados e referenciais, como O Quinze - escrito quando tinha apenas 20 anos, uma obra pronta e acabada, que a consagrou no universo literário do país. Escreveu também Lampião, A beata Maria do Egito, João Miguel, Caminho de pedras, O galo de ouro, Memorial de Maria Moura, Dôra Doralina e As três Marias, seus dois melhores romances. Transparente, coerente e sincera, com a sensibilidade nordestina à flor da pele, Rachel ofereceu-nos...