Louvada
Manuel Bandeira para Rachel de Queiroz
Louvo o Padre, louvo o Filho,
O Espírito Santo louvo.
Louvo Rachel, minha amiga,
Nata e flor do nosso povo.
Ninguém tão Brasil quanto ela,
Pois que, com ser do Ceará,
Tem de todos os Estados,
do Rio Grande ao Pará.
Tão Brasil: quero dizer
Brasil de toda maneira
- Brasília, brasiliense,
- Brasiliana, brasileira.
Louvo o Padre, louvo o Filho,
O Espírito Santo louvo.
Louvo Rachel e, louvada
Uma vez, louvo-a de novo.
Louvo a sua inteligência,
E louvo o seu coração.
Qual maior? Sinceramente,
Meus amigos, não sei não.
Louvo os seus olhos bonitos,
Louvo a sua simpatia.
Louvo a sua voz nortista,
Louvo o seu amor de tia.
Louvo o Padre, louvo o Filho,
O Espírito Santo louvo.
Louvo Rachel, duas vezes
Louvada, e louvo-a de novo.
Louvo o seu romance: O Quinze
E os outros três; louvo As Três
Marias especialmente,
Mais minhas que de vocês.
Louvo a cronista gostosa.
Louvo o seu teatro: Lampião
E a nossa Beata Maria.
Mas chega de louvação,
Porque. Por mais que a louvemos,
Nunca a louvaremos bem.
Em nome do Pai, do Filho e
Do Espírito Santo, ámen.
Manuel Bandeira(Recife, Brasil, 19/4/1886 – Rio de Janeiro, 13/10/1968)
Manuel Bandeira para Rachel de Queiroz
Louvo o Padre, louvo o Filho,
O Espírito Santo louvo.
Louvo Rachel, minha amiga,
Nata e flor do nosso povo.
Ninguém tão Brasil quanto ela,
Pois que, com ser do Ceará,
Tem de todos os Estados,
do Rio Grande ao Pará.
Tão Brasil: quero dizer
Brasil de toda maneira
- Brasília, brasiliense,
- Brasiliana, brasileira.
Louvo o Padre, louvo o Filho,
O Espírito Santo louvo.
Louvo Rachel e, louvada
Uma vez, louvo-a de novo.
Louvo a sua inteligência,
E louvo o seu coração.
Qual maior? Sinceramente,
Meus amigos, não sei não.
Louvo os seus olhos bonitos,
Louvo a sua simpatia.
Louvo a sua voz nortista,
Louvo o seu amor de tia.
Louvo o Padre, louvo o Filho,
O Espírito Santo louvo.
Louvo Rachel, duas vezes
Louvada, e louvo-a de novo.
Louvo o seu romance: O Quinze
E os outros três; louvo As Três
Marias especialmente,
Mais minhas que de vocês.
Louvo a cronista gostosa.
Louvo o seu teatro: Lampião
E a nossa Beata Maria.
Mas chega de louvação,
Porque. Por mais que a louvemos,
Nunca a louvaremos bem.
Em nome do Pai, do Filho e
Do Espírito Santo, ámen.
Manuel Bandeira(Recife, Brasil, 19/4/1886 – Rio de Janeiro, 13/10/1968)
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