Não gosto de você, Papai-Noel, também não gosto desse seu papel de vender ilusões à burguesia... Se os garotos humildes da cidade soubessem do seu ódio à humanidade, jogavam pedras nessa fantasia! Você talvez nem se recorde mais, cresci depressa e me tornei rapaz sem esquecer, no entanto o que passou... Fiz-lhe um bilhete pedindo um presente e a noite inteira eu esperei contente, chegou o sol e você não chegou! Dias depois, meu pobre pai, cansado, trouxe um trenzinho feio, enferrujado, que me entregou com certa hesitação... Fechou os olhos e balbuciou: “É pra você, Papai-Noel mandou...” e se esquivou, contendo a emoção! Alegre e inocente, nesse caso pensei que o meu bilhete, com atraso chegara às suas mãos no fim do mês... Limpei o trem, dei corda, ele partiu deu muitas voltas, meu pai sorriu e me abraçou pela última vez! O resto só eu pude compreender quando cresci e comecei a ver todas as coisas com realidade... Meu pai chegou um dia e disse a medo: “_ Onde é ...